São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Rolagem de dívida em países emergentes ficará mais difícil

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O acúmulo de títulos de dívidas em países emergentes que precisam ser refinanciados ao longo do próximo ano já é visto como motivo de preocupação.
Por conta das restrições na obtenção de recursos no mercado, bancos e empresas de nações em desenvolvimento devem ter dificuldades para rolar débitos de US$ 111 bilhões, de acordo com o ING Wholesale.
Brasil e Chile, porém, são países vistos em melhor situação, porque ainda se beneficiam dos altos preços das commodities e possuem economias mais resistentes.
"Muitas companhias e bancos nos mercados emergentes estão altamente endividados", afirma David Spegel, diretor da área de mercados emergentes do ING Wholesale. "O acesso ao mercado de títulos de dívidas está muito mais difícil agora, e pode ficar ainda pior, o que significa que poderá haver falências", acrescenta.
Dos US$ 111 bilhões em títulos que irão vencer antes do fim de 2009, US$ 24 bilhões estão nas mãos de grupos com pior avaliação de risco e sem chances de levantar capital em um mercado já avesso a riscos.
A emissão de títulos caiu continuadamente neste ano. Neste mês, apenas US$ 330 milhões foram lançados no mercado, contra US$ 10 bilhões em julho passado.
Embora tenha havido uma melhora no humor dos mercados na última sexta, as nações emergentes acabaram atingidas, com a queda de 14% no índice internacional MSCI desde o início deste mês.
Bancos na Rússia e no Cazaquistão, que acabaram por acumular maior volume de dívidas antes da crise, estarão provavelmente entre as primeiras vítimas em um clima em que mesmo uma instituição como o Lehman Brothers, que possuía grau de investimento, acabou em estado de insolvência.

Com o "Financial Times"



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