São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Investidores temem que valorização do barril seja justificativa para BC manter aperto, e taxa futura aumenta

Dólar e juros sobem com alta do petróleo

DA REPORTAGEM LOCAL

O petróleo voltou ao centro das preocupações do mercado financeiro ontem. Com um novo recorde alcançado pelo produto (US$ 55,17, em Nova York), o dólar subiu e a Bolsa fechou com perdas.
As projeções dos juros futuros também subiram. Como a escalada do petróleo é um dos pontos que preocupam o Banco Central, se o movimento prosseguir, a instituição terá uma justificativa a mais para manter o seu aperto monetário.
Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada nesta semana, a taxa básica de juros da economia foi elevada de 16,25% para 16,75% anuais.
O contrato DI (Depósito Interfinanceiro) de maior negociação da BM&F, com prazo de resgate em abril de 2005, fechou com taxa de 17,53% contra 17,45% de quinta. Há uma semana, esse contrato fechou com taxa de 17,19%.
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão com baixa de 1,40%.
O dólar subiu 0,42%, para R$ 2,87. O risco-país também fechou os negócios de ontem em alta, de 0,82%, e atingiu os 490 pontos.
O destaque na semana de alta da taxa de juros foram as ações dos bancos.
O papel preferencial do Bradesco teve a maior alta da semana (6,38%) entre as que compõem o Ibovespa. O papel PN do Itaú subiu 4,58%, e o ON do Banco do Brasil, 1,03% no período.
No acumulado do mês, a ação do Bradesco tem valorização de 16,12%, seguida pelo papel Banco do Brasil, com ganho de 12,66%, segundo a Economática.

Rentabilidade prejudicada
Para quem tem aplicações em fundos de renda fixa prefixada, a alta da Selic acima do esperado não foi uma boa notícia. Alguns fundos da categoria apresentaram, como era esperado, rentabilidade negativa no dia 21.
Analistas afirmam que o retorno negativo não deve se alongar por dias nem prejudicar o desempenho final do mês.
"Um evento de grande importância para o mercado na próxima semana será a divulgação da ata do Copom", afirma Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management.
Na quinta-feira, o Banco Central apresentará o documento. A ata do Copom trará explicações sobre os motivos para a elevação da Selic. (FABRICIO VIEIRA)


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