São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

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Mercado global espera decisão do Fed sobre taxa de juros

Expectativa é que BC dos EUA mantenha índice em 5,25% ao ano; última alta foi em julho

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado global estará atento à decisão do Fed (o banco central dos EUA) sobre os juros americanos nesta semana. A expectativa é a de que a taxa continue em 5,25% ao ano -a última alta foi em julho.
O Fomc (o comitê do Fed que define os juros do país) vai se reunir nesta quarta-feira. Qualquer decisão diferente da esperada -que é a manutenção dos juros- irá ter uma resposta mais expressiva por parte dos investidores.
"Na quarta-feira tem reunião do Fed e há consenso no mercado de que o banco central americano não deve atuar sobre a taxa de juros daquele país", avaliam os analistas da Link Corretora.
Internamente, o evento mais importante será a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), na quinta. O documento trará detalhes dos motivos que motivaram os integrantes do Copom (que é formado por diretores e o presidente do BC) a decidir pela redução da taxa básica Selic de 14,25% para 13,75%, anunciada na quarta passada.
A decisão era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Tanto que a reação dos mercados nos dias seguintes foi praticamente nula.
"Não há a menor dúvida de que a intenção original do Copom já seria por uma desaceleração do corte. É mais do que normal, em um processo de afrouxamento monetário, que a autoridade monetária pare para observar o cenário em algum momento. A questão é que, a cada reunião, em intervalos de 45 dias, o BC encontra um quadro inflacionário mais favorável e com menos riscos à frente", avaliou em relatório para clientes a Modal Asset.

Próximos passos
O Copom agora só irá se reunir ao final de novembro.
Passada a decisão do Copom, as taxas dos contratos DI (Depósito Interfinanceiro, que espelham as expectativas para os juros no futuro) recuaram um pouco na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
O mercado ainda está dividido em relação à próxima reunião do Copom. Há quem espere por uma nova redução de 0,50 ponto percentual e há aqueles um pouco mais conservadores, que trabalham com um corte de 0,25 ponto na taxa básica de juros da economia.
No DI que tem resgate na virada do ano, a taxa recuou na BM&F, entre quarta e sexta, de 13,58% para 13,49% anuais.

Aquecimento econômico
Com o mercado posicionado à espera de que o Fed não altere os juros norte-americanos, as atenções dos investidores internacionais têm se concentrado nos dados de aquecimento da maior economia do mundo.
Nesta semana, haverá a divulgação, na quarta-feira, do indicador de venda de imóveis usados nos EUA. Já na quinta, serão apresentados os dados de pedido de seguro-desemprego.
Além disso, na sexta-feira o governo americano divulga os números finais do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no primeiro semestre.
A cada dado divulgado, o mercado tem oscilado bastante. Na semana passada, os números da inflação ao produtor norte-americano, que mostrou um núcleo acima do esperado, derrubou o mercado.
O núcleo de inflação é calculado descontando as variações de alimentos e energia do índice. O núcleo registrou uma alta de 0,6% -os analistas esperavam elevação em torno de 0,2%.
Ao elevar os juros do país, o Fed buscou deter as pressões inflacionárias, mas sem comprometer o crescimento econômico americano.


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