São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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China procura reanimar setor imobiliário

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

O governo chinês decidiu reduzir taxas hipotecárias e impostos cobrados na compra de imóveis para reanimar o setor imobiliário, um dos pilares da economia nacional, em desaceleração desde o início do ano.
O novo pacote anticrise acaba com a cobrança de imposto de 0,05% do valor da propriedade e de valor agregado da terra e reduz de 30% para 20% a exigência de depósito inicial para obtenção de créditos hipotecários para quem comprar o primeiro imóvel. Os bancos só poderão cobrar 70% da taxa de juros padrão nesses créditos.
Os estreantes de casa própria terão o imposto de transação imobiliária reduzido de 3% a 5% para 1%, se o imóvel for menor que 90 metros quadrados.
As medidas foram decididas em reunião de emergência convocada pelo premiê Wen Jiabao e anunciadas na página do Ministério das Finanças na Internet ontem à noite e passam a vigorar em 1º de novembro.
O PIB chinês cresceu 9% no terceiro trimestre deste ano, a pior marca em 5 anos. O setor imobiliário representa 10% do PIB, e tem efeito direto em decoração, compra de carros, eletrodomésticos e máquinas.

Primeiro imóvel
O pacote marca uma mudança de direção em relação ao ano passado, quando diversas medidas tentaram controlar o inflacionado mercado imobiliário chinês, dificultando hipotecas e aumentando impostos.
Algumas delas incentivam justamente quem ainda não tem imóvel próprio e apartamentos menores - o mercado imobiliário é acusado de priorizar o mercado de luxo e a especulação. No ano passado, o Ministério da Terra e Recursos criou um imposto contra proprietários de terra para construção que estavam sem construir por mais de um ano.
""O número de unidades vagas cresceu muito", diz o economista Li Wei, do banco Standard Chartered em Xangai. "Os empreendedores terão mais dificuldade para empréstimos e para criar novos lançamentos."


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