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Desembolsos do BNDES no ano já superam os de 2008
Desempenho é atribuído a juros menores e a crédito à Petrobras; empréstimos somam R$ 105 bi
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Escalado como um dos pilares da política do governo para
reduzir os efeitos da crise e como um dos financiadores do
programa de investimentos da
Petrobras, o BNDES bateu, antes mesmo de o ano terminar, o
recorde anual de empréstimos
desde sua fundação, em 1953.
De janeiro até a segunda semana de outubro, o banco tinha
desembolsado R$ 105 bilhões.
Em 2008, que também havia
sido ano de recorde, os empréstimos somaram R$ 90,8 bilhões. A alta entre 2008 e 2009
é de 15%. "Devemos fechar o
ano com R$ 120 bilhões, R$ 130
bilhões", prevê o presidente do
banco, Luciano Coutinho.
Em julho, o BNDES anunciou a maior operação de crédito da história, ao conceder
R$ 25 bilhões para contribuir
com o plano de quase R$ 300
bilhões que a Petrobras pretende investir até 2013, na exploração e na produção de petróleo (em especial, na região do
pré-sal) e na construção de petroquímicas e dutos.
Ainda que seja tirado o desembolso à Petrobras, os resultados do BNDES até setembro
apontam para um desempenho, em 2009, superior ao pré-crise. Nos nove primeiros meses deste ano, sem a petroleira,
foram emprestados R$ 70,8 bilhões, ou 18% a mais do que em
igual período de 2008.
Juros mais baixos
O desempenho se deve, em
parte, ao corte de juros feito nas
linhas de financiamento para
compra de máquinas e equipamentos, em junho. Em algumas
linhas, o juro real (descontada a
inflação) chegou a zero. Mas
não há planos, segundo o
BNDES, de estender a redução
de juros além do prazo fixado
inicialmente, 31 de dezembro.
Segundo o banco, a média
diária de pedidos de empréstimo para máquinas e equipamentos ficou abaixo de R$ 80
milhões em janeiro e fevereiro,
após o recorde de R$ 149 milhões antes da crise. Agora, com
o corte nas taxas, recuperou-se
e está em R$ 109 milhões.
Outro segmento com financiamento em alta foi o de infraestrutura, em especial os
projetos do setor elétrico, que
levou R$ 13 bilhões, ou 120% a
mais do que nos nove primeiros
meses de 2008. Apenas a usina
de Santo Antônio, no rio Madeira (Rondônia), levou R$ 3,1
bilhões, 10% de tudo o que o
banco desembolsou em infraestrutura até setembro.
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