São Paulo, sexta-feira, 23 de outubro de 2009

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Desembolsos do BNDES no ano já superam os de 2008

Desempenho é atribuído a juros menores e a crédito à Petrobras; empréstimos somam R$ 105 bi

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Escalado como um dos pilares da política do governo para reduzir os efeitos da crise e como um dos financiadores do programa de investimentos da Petrobras, o BNDES bateu, antes mesmo de o ano terminar, o recorde anual de empréstimos desde sua fundação, em 1953. De janeiro até a segunda semana de outubro, o banco tinha desembolsado R$ 105 bilhões.
Em 2008, que também havia sido ano de recorde, os empréstimos somaram R$ 90,8 bilhões. A alta entre 2008 e 2009 é de 15%. "Devemos fechar o ano com R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões", prevê o presidente do banco, Luciano Coutinho.
Em julho, o BNDES anunciou a maior operação de crédito da história, ao conceder R$ 25 bilhões para contribuir com o plano de quase R$ 300 bilhões que a Petrobras pretende investir até 2013, na exploração e na produção de petróleo (em especial, na região do pré-sal) e na construção de petroquímicas e dutos.
Ainda que seja tirado o desembolso à Petrobras, os resultados do BNDES até setembro apontam para um desempenho, em 2009, superior ao pré-crise. Nos nove primeiros meses deste ano, sem a petroleira, foram emprestados R$ 70,8 bilhões, ou 18% a mais do que em igual período de 2008.

Juros mais baixos
O desempenho se deve, em parte, ao corte de juros feito nas linhas de financiamento para compra de máquinas e equipamentos, em junho. Em algumas linhas, o juro real (descontada a inflação) chegou a zero. Mas não há planos, segundo o BNDES, de estender a redução de juros além do prazo fixado inicialmente, 31 de dezembro.
Segundo o banco, a média diária de pedidos de empréstimo para máquinas e equipamentos ficou abaixo de R$ 80 milhões em janeiro e fevereiro, após o recorde de R$ 149 milhões antes da crise. Agora, com o corte nas taxas, recuperou-se e está em R$ 109 milhões.
Outro segmento com financiamento em alta foi o de infraestrutura, em especial os projetos do setor elétrico, que levou R$ 13 bilhões, ou 120% a mais do que nos nove primeiros meses de 2008. Apenas a usina de Santo Antônio, no rio Madeira (Rondônia), levou R$ 3,1 bilhões, 10% de tudo o que o banco desembolsou em infraestrutura até setembro.


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