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Estrangeiro tirou R$ 1,3 bi da Bolsa no 1º dia de IOF
Ontem Bovespa subiu 1%,
acompanhando Wall Street
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro dia de operações
na Bolsa Valores de São Paulo
após a decisão do governo de
taxar o capital externo foi marcado pela forte venda de ações
por parte dos estrangeiros. O
saldo dos negócios feitos com
capital externo na terça-feira
mostrou saída líquida de
R$ 1,26 bilhão. Naquele pregão,
a Bolsa teve queda de 2,88%.
O montante, conhecido apenas ontem, afetou o balanço
das operações da categoria no
mês, que estava, até segunda-feira, positivo em R$ 5,02 bilhões. Na terça (dia 20), o saldo
recuou para R$ 3,76 bilhões.
Os operadores estimam que a
sangria tenha diminuído nos
últimos dois dias (quarta e ontem), permitindo que a Bovespa subisse um pouco. Ontem, a
Bolsa terminou com alta de
0,99%, aos 66.134 pontos.
No mercado de câmbio, o dólar, que chegou a superar
R$ 1,76 na terça, encerrou ontem estável, cotado a R$ 1,725.
Responsáveis por 35% do total movimentado na Bolsa brasileira, os estrangeiros têm forte influência nos rumos do
mercado local. No ano passado,
por exemplo, os estrangeiros tiraram líquidos R$ 24,63 bilhões do mercado acionário local -e a Bolsa terminou 2008
com desvalorização de 41,2%.
Desde o anúncio da medida,
analistas têm afirmado que a
decisão do governo de cobrar
2% de IOF pode esfriar o fluxo
de recursos externos para o
mercado brasileiro.
Luiz Roberto Monteiro, assessor para investimentos da
corretora Souza Barros, alerta
para o risco de haver "uma diminuição no fluxo externo devido à taxação".
"Temos de esperar um pouco
para sentir. E, se isso ocorrer,
vai ser prejudicial para o mercado, pois os estrangeiros têm
alavancado a Bolsa."
Ontem, o mercado foi favorecido pelo bom desempenho das
Bolsas nos EUA. A divulgação
de balanços trimestrais de
grandes empresas americanas,
melhores que as projeções dos
analistas, deu fôlego a Wall
Street. O índice Dow Jones subiu 1,33%. A Bolsa eletrônica
Nasdaq teve ganho de 0,68%.
Apesar de as commodities
não terem vivido um dia favorável, as ações de empresas como Vale e Petrobras fecharam
com ganhos e ajudaram a Bolsa.
O petróleo caiu 0,22%, cotado a US$ 81,19. As ações da Petrobras subiram 0,81% (preferenciais) e 0,37% (ordinárias).
Para os papéis preferenciais
"A" da Vale, que foram os mais
negociados do pregão, a apreciação no dia foi de 2,28%.
A ação da BM&FBovespa
também se recuperou. O papel,
que liderou as perdas na terça
devido ao temor de que a taxação dos estrangeiros encolheria
os negócios na Bolsa -o que
impactaria em suas receitas-,
terminou ontem com apreciação de 1,83% e foi o terceiro
mais negociado.
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