São Paulo, sexta-feira, 23 de outubro de 2009

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Estrangeiro tirou R$ 1,3 bi da Bolsa no 1º dia de IOF

Ontem Bovespa subiu 1%, acompanhando Wall Street

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro dia de operações na Bolsa Valores de São Paulo após a decisão do governo de taxar o capital externo foi marcado pela forte venda de ações por parte dos estrangeiros. O saldo dos negócios feitos com capital externo na terça-feira mostrou saída líquida de R$ 1,26 bilhão. Naquele pregão, a Bolsa teve queda de 2,88%.
O montante, conhecido apenas ontem, afetou o balanço das operações da categoria no mês, que estava, até segunda-feira, positivo em R$ 5,02 bilhões. Na terça (dia 20), o saldo recuou para R$ 3,76 bilhões.
Os operadores estimam que a sangria tenha diminuído nos últimos dois dias (quarta e ontem), permitindo que a Bovespa subisse um pouco. Ontem, a Bolsa terminou com alta de 0,99%, aos 66.134 pontos.
No mercado de câmbio, o dólar, que chegou a superar R$ 1,76 na terça, encerrou ontem estável, cotado a R$ 1,725.
Responsáveis por 35% do total movimentado na Bolsa brasileira, os estrangeiros têm forte influência nos rumos do mercado local. No ano passado, por exemplo, os estrangeiros tiraram líquidos R$ 24,63 bilhões do mercado acionário local -e a Bolsa terminou 2008 com desvalorização de 41,2%.
Desde o anúncio da medida, analistas têm afirmado que a decisão do governo de cobrar 2% de IOF pode esfriar o fluxo de recursos externos para o mercado brasileiro.
Luiz Roberto Monteiro, assessor para investimentos da corretora Souza Barros, alerta para o risco de haver "uma diminuição no fluxo externo devido à taxação".
"Temos de esperar um pouco para sentir. E, se isso ocorrer, vai ser prejudicial para o mercado, pois os estrangeiros têm alavancado a Bolsa."
Ontem, o mercado foi favorecido pelo bom desempenho das Bolsas nos EUA. A divulgação de balanços trimestrais de grandes empresas americanas, melhores que as projeções dos analistas, deu fôlego a Wall Street. O índice Dow Jones subiu 1,33%. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve ganho de 0,68%.
Apesar de as commodities não terem vivido um dia favorável, as ações de empresas como Vale e Petrobras fecharam com ganhos e ajudaram a Bolsa.
O petróleo caiu 0,22%, cotado a US$ 81,19. As ações da Petrobras subiram 0,81% (preferenciais) e 0,37% (ordinárias).
Para os papéis preferenciais "A" da Vale, que foram os mais negociados do pregão, a apreciação no dia foi de 2,28%.
A ação da BM&FBovespa também se recuperou. O papel, que liderou as perdas na terça devido ao temor de que a taxação dos estrangeiros encolheria os negócios na Bolsa -o que impactaria em suas receitas-, terminou ontem com apreciação de 1,83% e foi o terceiro mais negociado.


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