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PECUÁRIA
Lista de nações que suspenderam compra devido à aftosa chega agora a 51; Argentina decide endurecer restrições
Cresce o embargo de países à carne brasileira
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A lista de países que adotaram
algum tipo de restrição a produtos brasileiros devido à febre aftosa aumentou com a inclusão de
Líbano e Marrocos. Agora, são 51
países que adotaram embargo.
Líbano anunciou que não irá
mais comprar carnes bovina e
suína de Mato Grosso do Sul, e
Marrocos restringiu a carne bovina do Estado, além das do Paraná
e de São Paulo. As exportações
para o Líbano no ano passado somaram US$ 25,477 milhões, equivalentes a 11.871 toneladas. Os dados do Ministério do Desenvolvimento mostram ainda que não
foram registradas vendas para o
Marrocos em 2004.
Além da entrada dos dois novos
países, a Argentina endureceu
suas medidas. Anteriormente, o
embargo valia para carne e produtos das cinco cidades interditadas em Mato Grosso do Sul (Eldorado, Japorã, Mundo Novo, Iguatemi e Itaquiraí). Agora a restrição incluiu todo o Estado, além de
Paraná, São Paulo, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul.
A notícia da ampliação do número de países com restrições comerciais e o endurecimento da
posição argentina ocorreu um dia
após o ministério divulgar o relaxamento do embargo de Israel.
Apesar disso, o ministro da
Agricultura, Roberto Rodrigues,
disse não considerar que a situação esteja piorando. "Há uma lenta evolução nesse processo em razão do problema do Paraná."
A definição sobre a existência
ou não de febre aftosa no Paraná
deve ocorrer em nove dias, segundo a previsão do ministro. Serão
feitos novos exames em amostras
de 211 animais. Rodrigues disse
que, enquanto não houver uma
definição clara sobre o assunto,
não serão enviadas missões aos
países para tentar derrubar os
embargos. "Vão perguntar: "E o
Paraná?" Daqui a uma semana.
"Então volta daqui uma semana"."
Uma falha técnica poderia dar
margem a interpretação dúbia ou
errada, segundo o ministro.
"Quero ter todos os elementos
técnicos esgotados no limite máximo para convidar qualquer pessoa, qualquer país, sem medo de
ter sanção", disse Rodrigues.
Sobre a decisão anunciada pela
Argentina, o ministro não falou
muito. "É vizinha, né?", disse.
Depois, sobre a decisão de proibir até mesmo produtos de Santa
Catarina, único Estado do Brasil
classificado como livre de febre
aftosa sem vacinação, Rodrigues
afirmou que só poderia lamentar.
"Eu não acho nada, fechou só. O
que eu posso achar? Não posso
achar nada. Lamentar só."
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