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Térmicas devem usar diesel, não cortar gás de indústria, diz Abegás
Entidade e Aneel dizem que haverá nova crise de abastecimento em janeiro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Em vez de punir consumidores e indústrias que utilizam
gás, o governo deve investir na
conversão das termelétricas e
determinar que as usinas se
adaptem a utilizar óleo combustível ou diesel para enfrentar a crise de suprimento de
gás, disse o presidente da Abegás, Armando Laudorio.
Em linha com a posição da
Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica), ele disse que
uma nova crise de abastecimento de gás começará em janeiro, quando as térmicas serão
acionadas. O diretor-geral da
Aneel, Jerson Kelman, também admitiu a possibilidade.
A curva de aversão ao risco,
que regula o nível dos reservatórios, está sendo revista e deve
subir de 50% para 61%.
Laudorio criticou a decisão
do governo de priorizar o suprimento de gás para termelétricas em detrimento de indústrias e consumidores de GNV
(Gás Natural Veicular). Para
ele, é mais fácil adaptar as usinas a usar óleo combustível do
que mudar o abastecimento de
indústrias e outros consumidores. O argumento é que o número de térmicas é muito menor. O consumo de uma termelétrica corresponde, em média,
ao de 120 mil veículos e 55 indústrias, segundo a Abegás.
O presidente da Abegás criticou também o anúncio da Petrobras de novos aumentos do
preço do gás com o objetivo de
desestimular o consumo.
Falta de gás
Apesar de alertar para risco
de falta de gás, o presidente da
Aneel não descartou mudanças
no critério que estabelece o risco de racionamento, impedindo o acionamento das térmicas.
"Pode ser que o custo para a sociedade seja tão elevado que ela
opte por um critério de segurança um pouco menos rígido."
A elevação do nível de segurança nos reservatórios foi sugerida pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Se
a proposta for aprovada, as térmicas podem ser acionadas em
janeiro, mesmo que os níveis
estejam próximos dos 60%.
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