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ACORDO AUTOMOTIVO
Representantes do Brasil e da Argentina continuarão negociando em busca de consenso
Regras serão prorrogadas por um mês
VANESSA ADACHI
de Buenos Aires
Os negociadores do Brasil e da
Argentina definiram na tarde de
ontem as bases de um regime automotivo provisório, que vigorará
até que os dois países cheguem a
um acordo sobre o regime automotivo comum do Mercosul. O
regime automotivo comum do
Mercosul definirá as regras de comércio administrado na região
até 2004, quando terá início o livre
comércio de veículos e autopeças
dentro do bloco.
A Folha apurou que esse acordo
provisório terá um prazo pouco
superior a um mês, contando a
partir de 1º de janeiro. A Argentina queria que o prazo fosse de três
meses, mas os brasileiros defendiam apenas um mês.
Os detalhes do acordo serão
anunciados hoje pelo secretário
de política industrial do Ministério do Desenvolvimento, Hélio
Mattar. Foi quem, a partir de São
Paulo e por telefone, acertou os
detalhes com os funcionários argentinos, que estavam em Buenos
Aires.
Em linhas gerais, o acordo provisório deverá respeitar as regras
que estão em vigência hoje, dentro do regime de cada país.
Esse regime provisório se tornou necessário porque em 31 de
dezembro vencem os acordos automotivos individuais do Brasil e
da Argentina. No dia seguinte, deveria começar a funcionar o regime comum. Mas, até agora, os
dois governos não chegaram a
um consenso sobre as regras.
Embora Paraguai e Uruguai
também sejam membros do Mercosul, eles não têm indústria de
automobilística e, por isso, praticamente não participam das negociações.
Impasse
O governo brasileiro acha que já
cedeu demais nas negociações do
regime automotivo com a Argentina e não está disposto a fazer
mais concessões para o parceiro
comercial nos temas centrais do
acordo.
Os dois países estão negociando
um regime de transição para o livre comércio de carros há mais de
um ano. Originalmente, o acordo
previa livre comércio em 2000,
mas os parceiros resolveram estender a transição até 2004.
A Argentina é superavitária nas
trocas comerciais de veículos e
autopeças e quer estabelecer regras que garantam a vantagem
por prazo maior do que o Brasil
está disposto a ceder.
Se o acordo não fosse prorrogado, a partir de 1º de janeiro o comércio de carros deixaria de estar
dentro de um regime especial e
eles passariam a ser taxados com
alíquotas de até 35%.
O acordo-tampão deverá entrar
em vigor por meio de decreto presidencial, nos dois países.
A idéia de prorrogação do acordo por um tempo determinado,
até que os dois países chegassem a
um consenso, partiu da indústria.
Na semana passada representantes das montadoras brasileiras e
argentinas se reuniram para tratar do tema.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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