São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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Indústria volta a contratar no ABC

MARCELO MOREIRA
da Reportagem Local

A indústria do ABC (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul) volta a contratar em novembro após demitir 34 mil trabalhadores entre julho e outubro deste ano. A informação consta da pesquisa realizada pela Fundação Seade sobre o emprego na região realizada em novembro.
Após quatro meses seguidos de dispensas, as indústrias dos sete municípios do ABC contrataram 2.000 trabalhadores.
"O setor industrial estava com uma capacidade ociosa (falta de encomendas) muito alta em razão da crise econômica devido à desvalorização do real e também pelo alto estoque que o comércio fez neste segundo semestre", afirma a economista e analista Sandra Brandão, da Fundação Seade.
O número de contratações ainda é pequeno em relação ao total de dispensas desde julho, mas pode indicar uma tendência para o primeiro trimestre de 2000, de acordo com a Fundação Seade. Na Grande São Paulo, a indústria contratou 23 mil trabalhadores em novembro.
"É claro que uma notícia de contratações superando as demissões é positiva, mas infelizmente não tenho elementos para afirmar que será ima tendência para o ano que vem. Pelas nossas projeções, é mais fácil que haja mais dispensas no ano 2000 na indústria do ABC", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho.O índice geral de desemprego no ABC no mês passado apresentou queda pelo terceiro mês consecutivo.
Novembro fechou com um índice de 20,1%, ainda muito alto, segundo Sandra Brandão. Esse índice equivale a 238 mil pessoas desempregadas na região. Em outubro o índice de desemprego foi de 20,6%.
A decepção ficou por conta do comércio, que surpreendentemente dispensou 6.000 trabalhadores em novembro, época em que tradicionalmente mais pessoas são contratadas por conta do aumento das vendas no Natal.
"Esse fato surpreendeu. Por enquanto, a hipótese mais plausível é a de que o comércio achou em novembro que exagerou em suas metas e previsões e resolveu cortar as contratações", afirma Sandra Brandão.



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