São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 2006

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Risco Brasil cai 1,5% e vai a 198 pontos

Índice está em patamar mais baixo da história; otimismo leva papéis de quase todos os emergentes a se valorizarem

Mesmo turbulências desta semana na Tailândia não contaminaram negócios com papéis de outros países em desenvolvimento

DA REPORTAGEM LOCAL

O risco Brasil fechou ontem em 198 pontos, novo recorde de baixa. O indicador, medido pelo banco americano JP Morgan, mostra a diferença entre os juros pagos por títulos do governo brasileiro e os do governo norte-americano. Ontem, o risco brasileiro caiu cerca de 1,5%.
Os papéis do Brasil estão se valorizando na onda dos demais países emergentes. Ontem, o índice Embi+, também do JP Morgan e que mede o risco de uma cesta de papéis de países emergentes, Brasil incluso, também caiu, fechando em 172 pontos, menor nível já registrado.
Nem a turbulência na Tailândia -que enfrentou fuga de capitais da Bolsa após o governo anunciar nesta semana a adoção de controle de capitais- minou o otimismo dos investidores em relação aos papéis de países emergentes. O governo voltou atrás, suspendendo o controle no caso de investimentos em Bolsa, mas o cenário relativamente conturbado do país não contaminou os papéis de outros emergentes, que logo se descolaram dos títulos e ativos tailandeses.
O risco é uma medida indireta da confiança dos investidores em relação ao países, mas reflete também a imensa liquidez no mercado internacional de capitais.
Assim, em parte, a valorização de títulos públicos dos países emergentes reflete a melhora das condições macroeconômicas desses países, que exportam mais e cujas contas públicas estão mais em ordem.
Mas parte da alta é também explicada pela grande quantidade de dólares no mercado global, o que faz com que investidores procurem cada vez mais opções rentáveis, ainda que mais arriscadas, de investimentos, caso dos papéis dos emergentes.
A queda é positiva para os países porque mostra uma melhora nas condições de financiamento. Caso o governo brasileiro decida emitir títulos e colocá-los no mercado internacional, a queda do risco significa que ele poderá fazê-lo a taxas menores do que no passado.
A queda também beneficia as empresas. Para grande parte delas, o risco-país associado ao território em que elas operam é uma espécie de piso para as operações de financiamento externo.


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