São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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Operação com "bradies" chegou a US$ 43 bilhões

DA REPORTAGEM LOCAL

Nicholas Brady era secretário do Tesouro dos EUA quando sugeriu um plano para tentar tirar mais de 30 países em desenvolvimento das moratórias em que entraram nos anos 1980.
O que depois convencionou-se chamar de "a década perdida" começou em 1982, quando o México anunciou a primeira moratória da década. Seguiram-se mais de 30 calotes, entre eles o brasileiro, em 1987.
Os países se endividavam de forma diferente nos anos 1970 e 1980. O principal instrumento de dívida eram empréstimos sindicalizados. Um grupo de bancos, liderados por uma instituição, emprestava os recursos. Assim, um calote generalizado colocava em risco todo o sistema financeiro internacional, já que poderia quebrar os bancos, numa reação em cadeia.
Uma solução para a crise da dívida só seria encontrada em 1989, quando Brady apresentou um plano de reestruturação que previa desconto no valor das dívidas e sua substituição por títulos emitidos pelos países devedores -processo conhecido como securitização.
O Brasil iniciou as negociações com os credores apenas no final de 1990. Os "bradies" brasileiros seriam emitidos em 1994, numa operação de aproximadamente US$ 43 bilhões. Durante quase toda a década de 1990, os "bradies" representavam grande parte das negociações de papéis no mercado de dívida emergente. Hoje, mostra relatório da EMTA, associação que reúne instituições que atuam no mercado emergente, representam só 2% dos negócios, contra mais de 40% em 1997.


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