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POLÍTICA MONETÁRIA
Salário mínimo e preço do petróleo -com decisão marcada para 2ª- adiaram decisão do BC
Governo espera Opep para cortar juro
VIVALDO DE SOUSA
Coordenador de Economia da Sucursal de Brasília
O Banco Central deixou para
tomar a decisão de baixar os juros básicos da economia dentro
de uma semana porque queria
esperar o resultado de duas outras reuniões: a do salário mínimo, realizada ontem, e a da Opep
(Organização dos Países Produtores de Petróleo), na próxima
segunda-feira.
Tendo uma definição mais clara sobre o salário mínimo e sobre
o preço internacional do petróleo, o BC pode retomar a trajetória de queda de juros sem correr
o risco de ter de voltar atrás mais
na frente. A queda na taxa básica,
porém, será pequena.
Em 99, o BC chegou a reduzir
os juros básicos em 5,5 pontos
percentuais de uma única vez
(abril). Agora, as quedas serão
menores. Se tudo correr como o
previsto, a redução será de até
0,25 ponto percentual antes de 19
de abril, data da próxima reunião
do Copom.
A Folha apurou que a tendência é retomar a trajetória de queda na próxima semana, mas a decisão ainda depende de novas
análises pela diretoria do BC.
Embora tenha mantido os juros básicos em 19% anuais, o Copom (Comitê de Política Monetária) retomou a tendência (viés)
de baixa. Isso permite ao presidente do BC, Armínio Fraga, reduzir os juros sem consultar o
Copom, um colegiado formado
por diretores e chefes de departamento do BC.
Novo cenário
Os juros pararam de cair em setembro de 99 porque o BC queria
garantir o cumprimento da meta
de inflação de 2000, fixada em 6%
-mas que pode variar de 4% a
8%. Agora, os dados colhidos pelos técnicos do governo mostram
uma inflação dando sinais de trajetória em queda. O dólar próximo de R$ 1,74 também contribui
para esse cenário positivo.
A definição do salário mínimo
preocupava o BC porque a proposta defendida pelos ministérios
da Fazenda e do Planejamento
poderia ser alterada por pressões
políticas. A equipe econômica defendeu um mínimo em torno de
R$ 150 nas negociações.
O valor de R$ 151, anunciado
ontem, não deverá prejudicar o
desempenho das contas públicas
neste ano.
Outra preocupação do BC é o
preço internacional do petróleo,
que subiu mais do que o esperado
no começo deste ano, mas recuou
nos últimos dias. O comportamento do preço do petróleo a
partir de agora dependerá basicamente dessa reunião da Opep.
Se os integrantes da organização decidirem aumentar sua produção, os preços tendem a recuar
um pouco mais e se estabilizar
num valor considerado mais adequado pelo mercado. O barril,
que chegou a custar US$ 30, já está próximo de US$ 26.
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