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Investimento estrangeiro sobe 63% no 1º bi
Banco Central já eleva projeção para 2007 de US$ 18 bi para US$ 20 bi, o que seria o melhor resultado desde 2001
Iedi vê novo "boom" de investimento externo; compra de ações e papéis de renda fixa por estrangeiros cai 9% no mesmo período
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil recebeu US$ 3,79 bilhões em investimentos estrangeiros diretos nos primeiros
dois meses do ano, valor 62,7%
maior do que o registrado entre
janeiro e fevereiro de 2006.
Os números apurados até
agora fizeram com que o Banco
Central elevasse de US$ 18 bilhões para US$ 20 bilhões a
projeção para o fluxo de investimentos esperado para 2007.
Se confirmado, será o maior resultado desde 2001, apesar da
turbulência nos mercados iniciada no final de fevereiro.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir
Lopes, as "boas perspectivas de
crescimento da economia brasileira" têm ajudado a atrair investidores.
Mas há críticas. Para o Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial),
o país tem conseguido atrair
um volume maior de investimentos, mas tem perdido espaço no mercado internacional
para outros países emergentes.
O Iedi usa dados da Unctad
(Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) para dizer que, enquanto os investimentos estrangeiros em emergentes
cresceram 10% no ano passado,
no Brasil aumentou só 6%.
Apesar dessa ressalva, o instituto diz que os resultados deste começo de ano são um "prenúncio de um novo "boom" de
IDE [investimento direto estrangeiro] para o Brasil". Para o
instituto, a entrada de investimentos estrangeiros pode chegar a US$ 25 bilhões em 2007.
Já os investimentos de empresas brasileiras no exterior
continuam em níveis expressivos, embora não estejam repetindo os números recordes do
ano passado. No mês passado,
essas aplicações somaram US$
625 milhões, bem abaixo do
US$ 1,778 bilhão apurado em
fevereiro de 2006.
Mas, se as perspectivas para
os investimentos diretos são
positivas, do lado das aplicações de estrangeiros em ações e
em papéis de renda fixa o desempenho não deve ser tão favorável. Entre janeiro e fevereiro, esses investimentos somaram US$ 3,7 bilhões, uma queda de 9% em relação ao primeiro bimestre de 2006.
Essa queda pode ser explicada, em parte, pelo forte ingresso de recursos ocorrido no
mercado brasileiro no ano passado, quando o governo isentou
investidores estrangeiros do
pagamento de Imposto de Renda sobre ganhos obtidos com a
negociação de títulos públicos.
Ao longo de 2006, esses papéis
receberam US$ 11 bilhões em
investimentos externos.
Em compensação, o setor
privado tem conseguido um volume de financiamentos maior
do que o esperado no mercado
internacional, o que fez o BC
elevar a projeção para o ingresso de empréstimos externos no
país. Em 2007, a expectativa é
que sejam contraídas dívidas
no valor de US$ 27,6 bilhões -a
estimativa anterior era de US$
20,2 bilhões.
Como resultado, deve ocorrer elevação na dívida externa.
No mês passado, o endividamento do país -considerando
compromissos do governo e do
setor privado- estava em US$
203,1 bilhões, US$ 4 bilhões
acima do valor de dezembro.
Essas estatísticas, porém, estão influenciadas pelos financiamentos que a Vale do Rio
Doce tem acumulado nos últimos meses para viabilizar a
compra da mineradora canadense Inco, num negócio de
quase US$ 20 bilhões fechado
no final do ano passado.
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