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BC já comprou US$ 19 bilhões neste ano
Maior entrada de dólares no país eleva aquisições do banco e reservas internacionais atingem US$ 107 bi, novo recorde
Instituição eleva sua previsão no saldo das contas externas neste ano de US$ 4,5 bilhões
para US$ 7,7 bilhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os bons resultados alcançados pela balança comercial nos
últimos meses fizeram com que
o Banco Central aumentasse
sua projeção para o saldo das
contas externas neste ano.
Como os números dos últimos dois meses ficaram um
pouco acima do esperado, o BC
elevou de US$ 4,5 bilhões para
US$ 7,7 bilhões sua estimativa
para o superávit. Entre janeiro
e fevereiro, o saldo ficou acumulado em US$ 919 milhões,
quase três vezes o valor apurado no mesmo período de 2006.
Os números positivos têm
dado espaço para que o BC
compre um volume recorde de
dólares nas suas intervenções
no mercado de câmbio. Neste
mês, segundo dado parcial fechado na quarta, essas aquisições estavam em cerca de US$
5 bilhões, o que eleva para US$
19 bilhões as compras do ano.
Ao longo do ano passado, o
BC comprou US$ 34,3 bilhões
no mercado. Os dólares vão para as reservas internacionais do
país, que anteontem já estavam
em US$ 107,5 bilhões.
No começo de 2006, essas reservas estavam em US$ 54 bilhões. De lá para cá, as compras
de dólares do BC ajudaram a reforçar esse saldo, que hoje está
no nível mais alto da história.
E essas compras foram possíveis graças ao ingresso de capital externo. Em 2006, o saldo
em transações correntes -soma da compra e venda de bens e
serviços de outros países- ficou em US$ 13,5 bilhões, sem
contar os US$ 18,8 bilhões em
investimentos estrangeiros.
O aumento das reservas ajuda a reduzir o volume de remessas de dólares para o exterior. Isso porque as divisas
compradas pelo BC são aplicadas no mercado, o que rende juros para o governo. "Com o aumento das reservas, devemos
ter US$ 1 bilhão a mais como
receita neste ano", diz o chefe
do Departamento Econômico
do BC, Altamir Lopes.
Esses números positivos refletem uma situação externa favorável, com as principais economias do mundo registrando
um forte crescimento.
Neste ano, apesar das turbulências observadas nos mercados financeiros internacionais,
o BC se diz otimista com a possibilidade de manutenção desse cenário externo favorável
-tanto que elevou para US$ 7,7
bilhões a projeção para o superávit em transações correntes.
"Mesmo com a maior volatilidade, a liquidez ainda está alta", diz Lopes, referindo-se aos
elevados volumes de capital
que circulam pelo mundo, apesar das maiores incertezas.
Queda do dólar
Os resultados positivos das
contas externas também ajudam a explicar a queda do dólar, que mesmo as compras bilionárias do BC no mercado de
câmbio não têm evitado.
A expectativa é que, sem contar com uma ação mais agressiva do BC, a tendência de valorização do real só seja revertida
por um aumento mais forte das
importações, beneficiadas por
um dólar mais barato.
Segundo as previsões do BC,
as importações vão crescer
22,5% neste ano, enquanto as
exportações devem subir 8,4%.
Confirmadas essas contas, o superávit da balança comercial
seria de US$ 37 bilhões -abaixo dos US$ 46,1 bilhões de
2006, mas acima dos US$ 35 bilhões estimados pelo próprio
BC em dezembro último.
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