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Lula deve anunciar Angra 3, diz ministro
Nesta terça-feira, presidente se reúne com o Conselho de Política Energética
Sérgio Resende, da pasta de Ciência e Tecnologia, defende
retomada dos investimentos em um programa nuclear mesmo sem haver consenso
PATRICIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
A discussão sobre a construção da terceira usina nuclear
(Angra 3) já está madura no governo, e a decisão deve ser
anunciada na próxima terça-feira, quando o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva vai se reunir com o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).
"Acho que agora vai", disse
ontem o ministro de Ciência e
Tecnologia, Sérgio Resende,
que defende a retomada dos investimentos brasileiros em um
programa nuclear, mesmo
ciente de que a decisão não deverá ser unânime, com ao menos um voto contrário, o da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
"As coisas, às vezes, não se
decidem inteiramente no consenso", disse o ministro, que
considerou a discussão sobre o
assunto ocorrida nos últimos
anos "serena", mas reconheceu
que "sempre tem gente contra", o que seria "parte da nossa
sociedade".
"As questões foram amadurecidas, a questão nuclear no
mundo hoje é muito diferente
do que há um ano. E, há três
anos, nem se compara", disse o
ministro.
Segundo Resende, o Brasil
tem hoje tecnologia para construir reatores, fazer manutenção e domina a tecnologia nuclear completamente, além de
ter uma grande reserva de minério de urânio, que é a matéria-prima para a geração de
energia nuclear.
"Estamos mostrando que a
energia nuclear é a que menos
contribui para o aquecimento
global. E hoje o aquecimento
global é preocupação de todo o
mundo", defendeu Resende.
Na avaliação do ministro de
Ciência e Tecnologia, a questão
dos resíduos nucleares, maior
preocupação do Ministério do
Meio Ambiente, também estaria equacionada, pois o país teria avançado tecnologicamente
no assunto. Não é o que pensa a
ministra Marina Silva. Segundo
ela, nos últimos anos o mundo
não construiu novas usinas nucleares, principalmente porque
ainda não se resolveu a questão
dos resíduos.
Vantagem
O ministro Silas Rondeau
(Minas e Energia) havia defendido na quinta-feira a retomada das obras da usina nuclear
de Angra 3. "Não podemos
abrir mão de uma vantagem
competitiva como essa. Eu sou
um defensor da fonte nuclear
para o Brasil", afirmou, em audiência pública no Senado.
A usina de Angra 3 está no
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento). Nas previsões do governo, as obras seriam retomadas em julho deste
ano e a usina começaria a operar em 2013. Para a construção
seria necessário US$ 1,7 bilhão.
Com a Sucursal de Brasília
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