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Associação pede que Cade barre união de Telefônica e TVA
ABTA, que reúne operadores de TV por assinatura, diz que ação conjunta das duas empresas é entrave à concorrência
TVA, do grupo Abril, assinou termo de venda à empresa de telefonia em outubro, mas negócio depende ainda de aprovação da Anatel
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) entrou com medida cautelar no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para que o órgão determine
que Telefônica e TVA "cessem
imediatamente as ações combinadas em curso". Segundo nota
da associação, o objetivo é restabelecer o "status concorrencial" anterior à compra da TVA
pela Telefônica.
Em outubro do ano passado,
o grupo Abril, dono da TVA, e a
Telefônica firmaram acordo
para a venda da TV por assinatura. A transação ainda depende da aprovação da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações). Criada em 1991, a
TVA tem cerca de 300 mil assinantes, 7% de participação no
mercado de TV por assinatura.
Para contornar dificuldades
legais, a Telefônica precisou dividir a operação em três partes.
Uma empresa ficará com as
operações de TV por assinatura
por meio de MMDS (microondas), situadas em São Paulo,
Rio de Janeiro, Curitiba (PR) e
Porto Alegre (RS). Não há impedimento para o controle da
empresa de TV por assinatura
por grupo estrangeiro com essa
tecnologia (a Telefônica é multinacional de capital espanhol).
Outra empresa reunirá as
operações de TV por assinatura
a cabo da TVA fora do Estado
de São Paulo: Curitiba (PR),
Florianópolis (SC) e Foz do
Iguaçu (PR). A Telefônica ficou
com 100% das ações preferenciais e 49% das ações com direito a voto dessa firma, pois a lei
obriga que o controle de TVs a
cabo fique com brasileiros.
Na terceira, ficará a TV a cabo da TVA de São Paulo, que terá 20% de participação da Telefônica.
Em nota, a ABTA informa
que as ações comerciais têm
"efeitos gravíssimos para os
consumidores brasileiros" porque vão "eliminar a crescente
concorrência da própria TVA e
da Net no mercado de banda
larga e de voz, onde a Telefônica é dominante".
Ainda segundo avaliação da
ABTA, o acordo "vai provocar
uma concentração, em poder
da Telefônica, dos meios para a
oferta de serviços de voz, internet e televisão por assinatura (o
chamado triple play)".
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