São Paulo, terça-feira, 24 de março de 2009 |
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ANÁLISE DA CRISE Crédito é maior ameaça para o agronegócio brasileiro, diz OCDE
GITÂNIO FORTES
Recuo na oferta e custo
mais alto do crédito, além da
queda no investimento estrangeiro direto, representam os mais sérios riscos para a agropecuária dos países
emergentes nesta crise financeira global. Essa é a avaliação da OCDE (Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico, que reúne 30 dos países
mais ricos do mundo).
No caso brasileiro, a dificuldade aumenta pela constante renegociação de dívidas agrícolas. "Adiar pagamentos prejudica o funcionamento do mercado de crédito e eleva o risco para o sistema bancário", diz Ken Ash,
diretor de Agricultura e Comércio da OCDE.
Esses recursos deveriam ir
para infraestrutura, área em
que o Brasil apresenta dificuldades, afirma Olga Melyukhina, economista da Diretoria de Agricultura e Comércio. Embora o agronegócio seja um setor "relativamente forte, o país anda não
desenvolveu um sólido sistema de crédito rural", diz.
O Brasil foi um dos países
analisados no relatório "Políticas Agrícolas em Economias Emergentes", divulgado na semana passada. Os
outros foram Chile, China,
Índia, Rússia, África do Sul e
Ucrânia. Embora nenhum
integre a entidade, a OCDE
sugeriu a todos que resistam
à "tentação do protecionismo", diz Andrzej Kwiecinski,
analista de política agrícola.
O ideal é evitar ações imediatistas, como reduzir ou
suspender tarifas de importação, ou impor barreiras de
exportação, por meio do aumento ou da criação de taxas.
Isso pode até ampliar a
oferta de alimentos nos países exportadores a curto prazo, mas, ao reforçar a autossuficiência, há o risco de elevar a instabilidade dos preços agrícolas, além de reduzir o comércio global.
Segundo a OCDE, o melhor é que os emergentes invistam em pesquisa, infraestrutura, treinamento e marketing. Como medida de curto prazo, Kwiecinski elogiou
o Chile, que concentrou o
apoio oficial ao beneficiar o
acesso de consumidores a
alimentos básicos. |
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