São Paulo, terça, 24 de março de 1998

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COMBUSTÍVEL
Cotação do barril em Londres aumenta 16% após acordo de países exportadores para cortar a produção
Ação de cartel força a alta do petróleo

das agências internacionais

A cotação do pretróleo disparou no mercado internacional ontem, enquanto mais países exportadores aderiam ao acordo, firmado na véspera, de cortar a produção a partir de abril.
O preço do petróleo Brent -a principal referência do mercado mundial- registrou salto de 16%. O barril subiu US$ 2 na média e fechou a US$ 15,34 em Londres.
Em Nova York, a alta foi ainda mais expressiva. O petróleo West Texas -outra referência internacional- teve alta superior a 20%, e chegou a US$ 16,68.
Foi a maior alta em um único dia dos últimos sete anos.
O objetivo dos países produtores ao anunciar o corte da produção, numa ação típica de cartel, é conter a queda do preço do produto, que havia alcançado o nível mais baixo em nove anos.
Em cinco meses, o preço do barril de petróleo havia registrado queda de mais de 35%. Na última semana, o barril caíra para cerca de US$ 12. Há um ano, o petróleo estava cotado a US$ 22.

Acordo de exportadores
Nove países já anunciaram o corte da produção, entre eles Arábia Saudita, Venezuela e México. O acordo reúne tanto países-membros quanto os não integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Alguns desses países vinham relutando em aceitar a redução de sua produção.
A redução deverá chegar a 2 milhões de barris diários. A produção mundial hoje é de 73 milhões de barris diários.
Entre os fatores que contribuíam para a recente queda do preço do barril estava o aumento da oferta -desde novembro, a Opep aumentara sua produção em 10%-, o desaquecimento da economia nos países asiáticos e o inverno menos rigoroso no Hemisfério Norte.
De acordo com analistas, o aumento do preço do petróleo deve ter influência nas negociações na Bolsa de Nova York devido ao receio de investidores de que os custos do combustível possam acelerar a inflação e prejudicar ganhos das empresas.
Os membros da Opep já haviam programado um encontro no próximo dia 30, em Viena (Áustria), para discutir o acordo sobre a redução da produção.
A última vez em que a Opep reduziu sua produção foi em fevereiro de 1993, quando anunciou corte de 1 milhão de barris ao dia. Os preços também caíram 27% naquele ano.



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