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HABITAÇÃO
Conselho fiscal contesta auditoria
BB se reúne para analisar caso Encol
da Sucursal de Brasília
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente,
convocou uma reunião extraordinária do conselho de administração do Banco do Brasil para discutir a situação da dívida da construtora Encol com o banco, estimada
em R$ 200 milhões. No último dia
16, a Justiça de Goiás decretou a falência da empresa.
Parente, presidente do conselho
do banco, marcou a reunião para
amanhã. A reunião foi pedida pelo
presidente da instituição, Andrea
Calabi, e pelo representante dos
funcionários no conselho de administração, Fernando Amaral Baptista Filho.
A Folha apurou que um dos motivos da convocação do conselho
de administração foi o parecer
aprovado pelo conselho fiscal do
Banco do Brasil no último dia 2. De
autoria do conselheiro Carlos Alberto de Araújo, o parecer contesta
a auditoria sobre as dívidas da Encol com o banco.
A auditoria analisou as transações entre o Banco do Brasil e a Encol no período de janeiro de 1992 a
dezembro de 1997. Constatou irregularidades na concessão de créditos à construtora e sugeriu a demissão do ex-presidente da Previ
(fundo de pensão do banco) Jair
Bilachi e de mais seis funcionários
do Banco do Brasil.
De novembro de 1993 a fevereiro
de 1995, Bilachi foi gerente da
agência SIA (Setor de Indústria e
Abastecimento), em Brasília, onde
a Encol tem conta corrente.
Bilachi foi demitido da presidência da Previ no ano passado por envolvimento no escândalo do grampo telefônico no BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
Atualmente, Bilachi está na Unidade de Desenvolvimento Empresarial, ligada à presidência do Banco do Brasil.
Contestação
O relatório de Araújo, ao qual a
Folha teve acesso, analisa 17 pontos da auditoria envolvendo transações do Banco do Brasil com a
Encol.
Entre os pontos contestados pelo
conselheiro estão:
1) falta de documentos relativos
às operações de crédito. Segundo o
conselheiro, pelas normas do banco, esses documentos já deveriam
ter sido destruídos quando foi feita
a auditoria;
2) desobediência a relatório da
direção do banco sobre dificuldades financeiras da Encol. A desobediência, segundo o conselheiro
Carlos Alberto de Araújo, se refere
a operações anteriores à elaboração do relatório e ao seu encaminhamento à agência.
Anteontem, a Folha encaminhou à assessoria de imprensa do
Banco do Brasil um questionário
pedindo informações sobre a auditoria e sobre o relatório do conselho fiscal, mas não obteve resposta
da instituição.
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