São Paulo, quarta, 24 de março de 1999

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HABITAÇÃO
Conselho fiscal contesta auditoria
BB se reúne para analisar caso Encol

da Sucursal de Brasília

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, convocou uma reunião extraordinária do conselho de administração do Banco do Brasil para discutir a situação da dívida da construtora Encol com o banco, estimada em R$ 200 milhões. No último dia 16, a Justiça de Goiás decretou a falência da empresa.
Parente, presidente do conselho do banco, marcou a reunião para amanhã. A reunião foi pedida pelo presidente da instituição, Andrea Calabi, e pelo representante dos funcionários no conselho de administração, Fernando Amaral Baptista Filho.
A Folha apurou que um dos motivos da convocação do conselho de administração foi o parecer aprovado pelo conselho fiscal do Banco do Brasil no último dia 2. De autoria do conselheiro Carlos Alberto de Araújo, o parecer contesta a auditoria sobre as dívidas da Encol com o banco.
A auditoria analisou as transações entre o Banco do Brasil e a Encol no período de janeiro de 1992 a dezembro de 1997. Constatou irregularidades na concessão de créditos à construtora e sugeriu a demissão do ex-presidente da Previ (fundo de pensão do banco) Jair Bilachi e de mais seis funcionários do Banco do Brasil.
De novembro de 1993 a fevereiro de 1995, Bilachi foi gerente da agência SIA (Setor de Indústria e Abastecimento), em Brasília, onde a Encol tem conta corrente.
Bilachi foi demitido da presidência da Previ no ano passado por envolvimento no escândalo do grampo telefônico no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Atualmente, Bilachi está na Unidade de Desenvolvimento Empresarial, ligada à presidência do Banco do Brasil.

Contestação
O relatório de Araújo, ao qual a Folha teve acesso, analisa 17 pontos da auditoria envolvendo transações do Banco do Brasil com a Encol.
Entre os pontos contestados pelo conselheiro estão:
1) falta de documentos relativos às operações de crédito. Segundo o conselheiro, pelas normas do banco, esses documentos já deveriam ter sido destruídos quando foi feita a auditoria;
2) desobediência a relatório da direção do banco sobre dificuldades financeiras da Encol. A desobediência, segundo o conselheiro Carlos Alberto de Araújo, se refere a operações anteriores à elaboração do relatório e ao seu encaminhamento à agência.
Anteontem, a Folha encaminhou à assessoria de imprensa do Banco do Brasil um questionário pedindo informações sobre a auditoria e sobre o relatório do conselho fiscal, mas não obteve resposta da instituição.



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