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Governo faz plantão para liberar itens importados
Boom nas vendas fez indústrias de Manaus elevar compras do exterior
Folha mostrou ontem que a Infraero e a Receita não
têm dado conta de liberar volume de componentes e de produtos no aeroporto
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Receita Federal e a Infraero iniciaram ontem um plantão
de 24 horas para agilizar nos
próximos 20 dias o terminal de
cargas importadas das indústrias no aeroporto de Manaus.
A demora é provocada por um
boom -acima do previsto,
mesmo para um ano com Copa
do Mundo- nas vendas de celulares, TVs e notebooks.
Receita e Infraero consideram o volume de componentes
importados atípico. A Folha visitou ontem o Teca (terminal
de carga) 3, o maior do aeroporto. A capacidade de 12 mil
toneladas/mês estava esgotada. Há cerca de 5.000 toneladas de eletroeletrônicos no pátio do aeroporto. Foram colocadas lonas sobre as caixas de
mercadorias para não molhá-las, devido às chuvas da região.
Reportagem da Folha publicada ontem mostrou que, segundo os fabricantes de TVs, a
Infraero (estatal que administra aeroportos) e a Receita Federal não têm dado conta do
registro e da liberação do volume maior de componentes e
produtos que chega diariamente ao aeroporto. A situação provocou atraso na produção e nas
vendas dos produtos.
Com 62 servidores no aeroporto, a Receita Federal criou
um terceiro horário para agilizar o fluxo das cargas do desembaraço automático. "Nas
atividades da Receita não há
gargalo na liberação de cargas,
mas entendendo que somos
parte dessa cadeia logística e
adotamos o plantão", afirmou o
inspetor Renato Casto.
Com o plantão, a Infraero
ampliou de 297 para 380 o número de empregados (efetivos
e terceirizados) que trabalham
no manuseio e na liberação das
mercadorias nos terminais.
O superintendente do órgão
no aeroporto, Rubem Ferreira
Lima, disse que causou surpresa o crescimento das importações no trimestre em comparação com o mesmo período do
ano passado, inicialmente previsto pelas empresas de Manaus para 30%. A alta acabou
sendo de 212%. Em 30 de março, por exemplo, chegaram nove aviões de uma vez só.
Ontem, a Infraero solicitou à
Anac que não permitisse voos
charter para Manaus que não
tivessem prévia anuência da
superintendência como forma
de conter o congestionamento
de aeronaves e cargas.
Flávio Dutra, diretor da
Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas),
disse que o crescimento anormal das importações é resultado da retomada da atividade
econômica, após a crise.
"O mercado de repente bombou, graças a Deus", disse.
De acordo com o Sindicato
dos Metalúrgicos, o crescimento das vendas ainda não resultou no aumento do número do
número de empregos.
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