São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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INTERNET

Caso foi descoberto nos EUA

GM readmite 18 que enviaram e-mail pornô

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A GM decidiu ontem readmitir 18 dos 33 funcionários das fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos que tinham sido demitidos por utilizarem computadores da montadora para troca de fotos pornográficas.
A Folha apurou que a medida foi tomada porque os 18 funcionários têm alto grau de especialização, e a GM entendeu que não podia abrir mão deles. A empresa temia que eles também pudessem vazar informações confidenciais.
"Hoje [ontem] ocorreu uma reunião entre chefias da companhia, que solicitaram a recontratação de alguns empregados. A direção da GM readmitiu então 18 deles", disse ontem Turíbio Liberato, vice-presidente da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da unidade de São Caetano do Sul.
A GM havia demitido 33 empregados e advertido outros 111 na terça e quarta-feiras, após rastrear seus e-mails de trabalho e constatar que trocavam fotos pornográficas.
A denúncia desse intercâmbio partiu de uma funcionária da GM em Detroit, nos Estados Unidos, que há algumas semanas recebeu um dos e-mails. Ela advertiu a direção mundial da companhia, que ordenou à filial a demissão dos envolvidos.

Sobrecarga de sistema
A GM não comenta o assunto. Liberato afirmou que os empregados da montadora foram alertados há meses de que não podiam usar os computadores para fins não relacionados a seus trabalhos. "Os empregados demitidos, alguns deles com cargo de chefia, já tinham recebido advertências. Eles foram reincidentes."
Segundo Liberato, o sistema de informática da GM apresenta problemas de sobrecarga há meses, ao menos em parte devido ao envio de e-mails não relacionados à empresa.
O caso da GM não é isolado. Cada vez mais empresas têm monitorado o uso de seus computadores. Cerca de 20% das 411 companhias que a Conectiva -empresa de consultoria de softwares- atende no Brasil encomendaram programas de monitoramento.
"Se os trabalhadores usam os PCs para atividades pessoais, as companhias precisam de um nível de conexão à internet muito mais alto. Isso custa mais", disse André Santos, diretor da Conectiva. A EDS é a empresa responsável pelo rastreamento na GM. Cerca de 10% das companhias que atende monitoram os PCs dos empregados.



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