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CONSUMO
70% dos entrevistados em pesquisa não pretendem adquirir carros, eletrônicos nem roupas; em 2001, eram 40%
Até julho, paulistano só vai comprar comida
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos principais relatórios do mercado sobre a intenção de
compra dos consumidores nos próximos meses, que deve ser divulgado logo, é desanimador.
Cerca de 70% dos paulistanos não pretendem comprar nenhum
bem durável (automóveis, eletroeletrônicos) ou semidurável
(têxteis em geral) neste mês, em junho e em julho. Os dados são do
Provar (Programa de Administração de Varejo), ligado à FEA
(Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da
USP (Universidade de São Paulo).
No mesmo período de 2001,
uma porcentagem bem menor
(40,3%) de pessoas afirmou que
reduziria os gastos e não compraria nada nos meses seguintes. O
trabalho é feito desde outubro de
99. Em cada levantamento, são
entrevistadas 400 pessoas na capital paulista.
A boa notícia é que houve uma
mudança. No último levantamento, com as intenções de consumo
para fevereiro, março e abril, um
número bem menor (14,7%) de
entrevistados disse que gastaria
nos meses seguintes. Agora, 30%
afirmam que até pretendem fazer
eventuais compras.
Sem renda nem emprego
O que os técnicos do Provar ressaltam, entretanto, é que a taxa
que representa o total de consumidores que não pretendem consumir hoje (70%) ainda é muito
elevada em comparação com o
ano anterior (40%).
"O varejo tem buscado ser competitivo para elevar seu faturamento, mas as condições econômicas não têm ajudado muito nas
vendas", diz Cláudio Felisoni,
presidente do Provar.
O desemprego aumentou de 6%
no trimestre em 2001 para 7%
neste ano no país. Um em cada
cinco trabalhadores da Região
Metropolitana de São Paulo está
desempregado. De acordo com a
consultoria LCA, a renda do brasileiro deverá fechar o ano com
queda de cerca de 1% ante 2001.
Dentro desse cenário, deve ficar
adiada a retomada na economia,
assim como a expectativa de aumento no consumo, afirmam os
economistas.
Entre os produtos apontados
pelos entrevistados como fora da
lista de futuras compras estão os
eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, material de construção, automóveis, itens de informática, foto e ótica e cama, mesa e
banho. Comida e bebida não foram incluídos. Técnicos do Provar acreditam que os recursos serão destinados basicamente a esses dois segmentos.
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