São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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CONSUMO

70% dos entrevistados em pesquisa não pretendem adquirir carros, eletrônicos nem roupas; em 2001, eram 40%

Até julho, paulistano só vai comprar comida

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos principais relatórios do mercado sobre a intenção de compra dos consumidores nos próximos meses, que deve ser divulgado logo, é desanimador.
Cerca de 70% dos paulistanos não pretendem comprar nenhum bem durável (automóveis, eletroeletrônicos) ou semidurável (têxteis em geral) neste mês, em junho e em julho. Os dados são do Provar (Programa de Administração de Varejo), ligado à FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP (Universidade de São Paulo).
No mesmo período de 2001, uma porcentagem bem menor (40,3%) de pessoas afirmou que reduziria os gastos e não compraria nada nos meses seguintes. O trabalho é feito desde outubro de 99. Em cada levantamento, são entrevistadas 400 pessoas na capital paulista.
A boa notícia é que houve uma mudança. No último levantamento, com as intenções de consumo para fevereiro, março e abril, um número bem menor (14,7%) de entrevistados disse que gastaria nos meses seguintes. Agora, 30% afirmam que até pretendem fazer eventuais compras.

Sem renda nem emprego
O que os técnicos do Provar ressaltam, entretanto, é que a taxa que representa o total de consumidores que não pretendem consumir hoje (70%) ainda é muito elevada em comparação com o ano anterior (40%).
"O varejo tem buscado ser competitivo para elevar seu faturamento, mas as condições econômicas não têm ajudado muito nas vendas", diz Cláudio Felisoni, presidente do Provar.
O desemprego aumentou de 6% no trimestre em 2001 para 7% neste ano no país. Um em cada cinco trabalhadores da Região Metropolitana de São Paulo está desempregado. De acordo com a consultoria LCA, a renda do brasileiro deverá fechar o ano com queda de cerca de 1% ante 2001.
Dentro desse cenário, deve ficar adiada a retomada na economia, assim como a expectativa de aumento no consumo, afirmam os economistas.
Entre os produtos apontados pelos entrevistados como fora da lista de futuras compras estão os eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, material de construção, automóveis, itens de informática, foto e ótica e cama, mesa e banho. Comida e bebida não foram incluídos. Técnicos do Provar acreditam que os recursos serão destinados basicamente a esses dois segmentos.



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