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Emprego tem expansão recorde de janeiro a abril
Nem nervosismo do mercado internacional mudará curva de alta, diz Marinho
Aumento das vagas formais
foi puxado pelo setor de
serviços, que criou 231 mil vagas no período, pelo agronegócio e pela indústria
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de trabalhadores
com carteira assinada apresentou crescimento inédito nos
quatro primeiros meses do ano.
De janeiro a abril, foram gerados 569.506 empregos formais,
o que representa o melhor resultado para o período desde
1992 -ano em que o Ministério
do Trabalho criou o Caged (Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados).
A expansão recorde animou
o governo, que já prevê a geração de 1,4 milhão de empregos
com registro em carteira neste
ano. No ano passado, o mercado de trabalho formal acumulou 1,253 milhão de novas vagas. A projeção para 2006, no
entanto, não supera a marca de
1,523 milhão de postos criados
em 2004 -considerado o melhor ano da história para o emprego formal.
O Caged é um levantamento
elaborado mensalmente pelo
Trabalho e considera todas as
admissões e os desligamentos
de trabalhadores com carteira
assinada, exceto dos domésticos. Também ficam fora funcionários públicos, pois o regime de contratação é diferente.
"A tendência é um processo
de crescimento contínuo do
emprego formal. Nem mesmo o
nervosismo do mercado financeiro mudará isso. A conjuntura tem feito surgir muitas dúvidas sobre os rumos do mercado
de trabalho. Abril foi um mês
positivo. Isso confirma nossa
expectativa, que continua positiva para o próximo trimestre",
disse o ministro do Trabalho,
Luiz Marinho.
5 milhões
Pelas contas do ministro, será possível encerrar os quatro
anos de mandato do presidente
Lula com a geração de quase
5 milhões de empregos formais. Na campanha eleitoral de
2002, o então candidato Luiz
Inácio Lula da Silva prometera
gerar 10 milhões de empregos
entre formais e informais.
Em abril, a geração de postos
com carteira assinada atingiu
229.803 pessoas. Isso equivale
a um crescimento de 0,87% na
comparação com março. De
acordo com o Trabalho, trata-se do segundo melhor resultado para meses de abril, ficando
atrás apenas do mesmo mês do
ano passado, quando o saldo de
empregos foi de 266.095.
Serviços e indústria
A análise técnica do ministério mostra que a expansão recorde do primeiro quadrimestre foi puxada pelo setor de serviços e pela indústria da transformação. No primeiro caso, foram criados 231.327 postos formais. Já a indústria ficou com
saldo positivo de 146.506 vagas.
A agropecuária aparece em terceiro lugar, com a criação de
71.796 postos.
Para o governo, uma combinação de fatores contribuiu para o desempenho positivo de
todos os setores da economia.
"Essa elevação é justificada por
fatores sazonais relacionados
ao agronegócio, potencializados pelos efeitos positivos da
balança comercial, da redução
da taxa de juros e de medidas de
incentivo à construção civil",
diz o relatório do ministério.
"No começo do ano, já esperávamos que a indústria colaborasse mais do que em 2005
para a geração de emprego. No
ano passado, os juros e o câmbio pesaram negativamente.
Neste ano, com o comportamento de queda da Selic, a indústria está podendo participar
mais ativamente no crescimento do emprego", disse Marinho.
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