São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

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Emprego tem expansão recorde de janeiro a abril

Nem nervosismo do mercado internacional mudará curva de alta, diz Marinho

Aumento das vagas formais foi puxado pelo setor de serviços, que criou 231 mil vagas no período, pelo agronegócio e pela indústria

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de trabalhadores com carteira assinada apresentou crescimento inédito nos quatro primeiros meses do ano. De janeiro a abril, foram gerados 569.506 empregos formais, o que representa o melhor resultado para o período desde 1992 -ano em que o Ministério do Trabalho criou o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
A expansão recorde animou o governo, que já prevê a geração de 1,4 milhão de empregos com registro em carteira neste ano. No ano passado, o mercado de trabalho formal acumulou 1,253 milhão de novas vagas. A projeção para 2006, no entanto, não supera a marca de 1,523 milhão de postos criados em 2004 -considerado o melhor ano da história para o emprego formal.
O Caged é um levantamento elaborado mensalmente pelo Trabalho e considera todas as admissões e os desligamentos de trabalhadores com carteira assinada, exceto dos domésticos. Também ficam fora funcionários públicos, pois o regime de contratação é diferente.
"A tendência é um processo de crescimento contínuo do emprego formal. Nem mesmo o nervosismo do mercado financeiro mudará isso. A conjuntura tem feito surgir muitas dúvidas sobre os rumos do mercado de trabalho. Abril foi um mês positivo. Isso confirma nossa expectativa, que continua positiva para o próximo trimestre", disse o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

5 milhões
Pelas contas do ministro, será possível encerrar os quatro anos de mandato do presidente Lula com a geração de quase 5 milhões de empregos formais. Na campanha eleitoral de 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva prometera gerar 10 milhões de empregos entre formais e informais.
Em abril, a geração de postos com carteira assinada atingiu 229.803 pessoas. Isso equivale a um crescimento de 0,87% na comparação com março. De acordo com o Trabalho, trata-se do segundo melhor resultado para meses de abril, ficando atrás apenas do mesmo mês do ano passado, quando o saldo de empregos foi de 266.095.

Serviços e indústria
A análise técnica do ministério mostra que a expansão recorde do primeiro quadrimestre foi puxada pelo setor de serviços e pela indústria da transformação. No primeiro caso, foram criados 231.327 postos formais. Já a indústria ficou com saldo positivo de 146.506 vagas. A agropecuária aparece em terceiro lugar, com a criação de 71.796 postos.
Para o governo, uma combinação de fatores contribuiu para o desempenho positivo de todos os setores da economia. "Essa elevação é justificada por fatores sazonais relacionados ao agronegócio, potencializados pelos efeitos positivos da balança comercial, da redução da taxa de juros e de medidas de incentivo à construção civil", diz o relatório do ministério.
"No começo do ano, já esperávamos que a indústria colaborasse mais do que em 2005 para a geração de emprego. No ano passado, os juros e o câmbio pesaram negativamente. Neste ano, com o comportamento de queda da Selic, a indústria está podendo participar mais ativamente no crescimento do emprego", disse Marinho.


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