São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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TRABALHO

Criação de 291,8 mil vagas é o melhor resultado para o mês desde 1992, segundo o ministério

Emprego com registro sobe em maio

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado de trabalho formal teve em maio o melhor resultado para o mês dos últimos 12 anos, segundo informações do Ministério do Trabalho. No mês passado, as contratações superaram as demissões em 291,8 mil vagas. Isso representa aumento de 1,23% no número de empregados com carteira assinada em relação a abril.
Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que é elaborado mensalmente pelo Ministério do Trabalho a partir de informações prestadas pelas empresas de todo o país. O desempenho do mercado formal em maio foi o melhor para o mês desde que o cadastro foi criado, em 1992.
Esse foi o quinto mês seguido de crescimento no emprego formal (com registro em carteira). O resultado é mais do que o dobro do saldo registrado em maio do ano passado, quando foram gerados 140 mil empregos formais.
No acumulado no ano, o total de empregos criados já chega a 826,7 mil postos, o que representa aumento de 3,55% na comparação com o estoque de trabalhadores empregados em dezembro de 2003. Entre janeiro e maio de 2003, foram criados 435 mil empregos formais.
"O número deste mês [maio] nos surpreendeu positivamente. Pode estar começando um novo ciclo, em que a procura por emprego vai ser superada pela oferta, provocando a queda no índice de desemprego", afirmou o ministro Ricardo Berzoini (Trabalho), acrescentando que, logo após a entrevista, iria ligar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Nova York, para que ele pudesse comemorar o resultado.
Berzoini espera a confirmação dessa tendência nos resultados das pesquisas de desemprego realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
As pesquisas usam metodologias diferentes das aplicadas no Caged. O cadastro não é uma pesquisa de desemprego e trata apenas do mercado formal. Já as duas pesquisas incluem os trabalhadores que atuam na informalidade, mas não adotam os mesmos critérios de amostragem, o que gera resultados diferentes.
Segundo o ministro, não é possível afirmar com certeza se o crescimento do emprego formal se manterá nos próximos meses. "A sustentabilidade vai depender do grau de investimento na economia. Mas junho tende a repetir resultados muito positivos."

Interior
Berzoini destacou que o interior do país continua gerando mais empregos formais do que as regiões metropolitanas. Enquanto o crescimento total foi de 1,23% em maio, as regiões metropolitanas registraram crescimento de 0,62%. "Em São Paulo, por exemplo, enquanto o Estado teve aumento de 1,47%, a região metropolitana apresentou crescimento de 0,58%."
Ele acrescentou que o bom desempenho no interior do país é reflexo do resultado positivo da geração de empregos na agricultura. O setor foi o grande destaque entre as atividades econômicas, com aumento de 6,67% nas vagas em relação a abril, ou seja, 86,8 mil novos postos.
No ano, o estoque de trabalhadores na agricultura cresceu 3,55% (137,9 mil vagas). A indústria de transformação também apresentou bom resultado no mês, com crescimento de 1,6%, ou seja, mais 89,5 mil vagas.


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