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CONSUMO
Em maio, de cada 1.000 compensados, 19,2 não tinham fundos, diz a Serasa; índice só é menor que o de março
Crédito fácil aumenta calote com cheques
DA FOLHA ONLINE
A inadimplência com cheques
aumentou 1,05% de abril para
maio deste ano e atingiu o segundo maior volume de devoluções
da série histórica da pesquisa realizada pela Serasa desde 1991.
O desemprego elevado, a estagnação na renda média real e os
reajustes de preços no varejo são
alguns dos fatores que contribuíram para o aumento do calote.
No mês passado, a cada 1.000
cheques compensados, 19,2 foram devolvidos por falta de fundos. Esse número é inferior somente ao de março deste ano,
quando 20,8 cheques (a cada 1.000
compensados) foram devolvidos.
Dos 170,1 milhões de cheques
compensados em todo o país no
mês passado, 3,27 milhões foram
devolvidos. Na comparação com
maio de 2004 (16,4 cheques devolvidos a cada 1.000 compensados),
a inadimplência cresceu 17,1%.
"A alta nas taxas de juros e o
crescente endividamento da população, por conta da expansão
do crédito, também contribuíram
para o resultado", diz a Serasa.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, foram compensados 817,9 milhões de cheques no país, dos quais 14,78 milhões foram devolvidos por falta
de fundos. No período, 18,1 cheques a cada 1.000 foram devolvidos, ou seja, mais 11,7% em relação a igual período de 2004.
Segundo os técnicos da Serasa, a
ausência de processos estruturados no recebimento de cheques
pelo comércio também colabora
para o aumento do calote.
"É fundamental que as empresas utilizem ferramentas adequadas para aceitar cheques nas vendas à vista e metodologias de concessão de crédito para as vendas
com cheques pré-datados, a fim
de reduzir a inadimplência."
Pesquisa da Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado
de São Paulo) divulgada anteontem também apontou tendência
de aumento da inadimplência.
O percentual de consumidores
com dívidas em atraso atingiu
neste mês o maior nível desde fevereiro de 2004, quando a Fecomercio começou a pesquisa.
Entre os consumidores endividados na região metropolitana de
São Paulo, 52% afirmaram ter
contas em atraso. Para a assessoria econômica da entidade, isso
comprova que a elevação do emprego e da renda não está se mostrando suficiente para dar respaldo à forte expansão do crédito verificada desde o ano passado.
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