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INDÚSTRIA
Assessor de Lula defende recursos do BNDES para empresas do vizinho
Fiesp critica ajuda para argentinos
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
O diretor de relações internacionais da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
Roberto Giannetti da Fonseca,
criticou ontem, durante um seminário em Buenos Aires, a possibilidade aventada pelo governo brasileiro de ajudar empresas da Argentina via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Fonseca fez a crítica logo depois
de a idéia ser defendida pelo assessor da Presidência da República para assuntos internacionais,
Marco Aurélio Garcia. "O conselho do FAT [Fundo de Amparo ao
Trabalhador] aprovaria isso? Temos que tomar cuidado com promessas que não sei se poderemos
cumprir depois", disse o diretor.
Ele ressaltou ainda que, das 20
mil empresas brasileiras exportadoras, apenas cerca de 500 possuem financiamento do banco.
Os argentinos reclamam que os
brasileiros são mais beneficiados
na relação comercial porque contam com ajuda do governo. "Na
verdade as assimetrias são todas
desfavoráveis ao Brasil. Temos
uma carga tributária elevadíssima, câmbio pior para exportações
e juros elevados".
Do lado argentino, também
houve afirmações fortes no 2º Seminário Regional Brasil/ Argentina, organizado pelo Centro de Estudos Bonarenses. O secretário da
Indústria e Comércio argentino,
Miguel Peirano, declarou que, se
em duas semanas não houver um
acordo no setor de calçados, o governo do país vizinho deve aplicar
medidas unilaterais para restringir a entrada do produto.
Anteontem, Argentina e Brasil
concordaram em prorrogar por
mais seis meses a cota imposta
para restringir as vendas externas
brasileiras de fogões ao país vizinho. O acordo atual vencia no dia
30 de junho. O teto acordado é de
50 mil unidades neste ano.
Além de defender financiamento do BNDES para empresas na
Argentina, inclusive para as de capital estrangeiro, Garcia fez referência ao reclamo argentino de
investimentos equilibrados na região. O assessor declarou que não
se pode impor às empresas códigos de conduta.
Ele se declarou favorável a que
Brasil e Argentina defendam um
único candidato à presidência do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento). O Brasil apóia
o economista João Sayad para o
cargo, enquanto o presidente argentino, Néstor Kirchner, afirmou que um nome possível é o do
economista Aldo Ferrer.
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