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AGRONEGÓCIO
Queda na produção atinge 5%, diz o IBGE; para a Abag, haverá forte redução do poder aquisitivo no campo
Quebra da safra provoca perdas de R$ 10 bi
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O IBGE confirmou ontem que a
safra nacional de grãos deste ano
fica abaixo de 115 milhões de toneladas. Tomando por base o levantamento de maio, o instituto
prevê produção de 113,5 milhões
de toneladas, 5% abaixo do volume produzido em 2004.
Este é o segundo ano consecutivo em que não se confirmam as
estimativas de safra superior a 130
milhões de toneladas (no ano passado, 119,4 milhões).
A quebra de safra deverá trazer
perda de renda de R$ 10 bilhões
para os produtores, estima Carlo
Lovatelli, presidente da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness), entidade que iniciou ontem
o quarto congresso brasileiro do
setor, em São Paulo. O evento termina hoje.
A quebra de safra e a conseqüente perda de renda dos produtores está sendo repassada para
todos os demais segmentos que
dependem do bom desempenho
da agricultura.
Persio Pastre, da Anfavea, diz
que "este ano já foi perdido para o
setor de colheitadeiras, pois as
vendas caíram 80%". No caso de
tratores, ele diz que é preciso esperar o segundo semestre para
ver se haverá reação nas vendas.
O setor de adubos e fertilizantes
também sente a pisada no freio
dos produtores agrícolas. As vendas estão em queda, e o setor prevê redução na área plantada.
Lovatelli destaca outro problema que reduzirá a produção também em 2006. Além da queda da
área plantada, o produtor utilizará menos tecnologia (adubos, inseticidas etc.) neste ano, o que reduzirá a produtividade.
O ministro Roberto Rodrigues,
presente ao congresso da Abag,
reconheceu que há uma crise setorial, afetando principalmente os
produtores de soja, milho e trigo.
Outros setores, como café e cana,
reagem bem, segundo o ministro.
Rodrigues diz que fazer política
agrícola permanente não é fácil,
principalmente devido aos problemas cíclicos, como secas, geadas etc. "O setor privado deve
olhar o governo como um parceiro, e não como algoz."
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) diz que o agronegócio é o
maior responsável pela evolução
do PIB paulista. Ele destaca que a
diversidade da atividade agrícola
no Estado garantiu o bom desempenho médio do setor.
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