São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2005

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AGRONEGÓCIO

Queda na produção atinge 5%, diz o IBGE; para a Abag, haverá forte redução do poder aquisitivo no campo

Quebra da safra provoca perdas de R$ 10 bi

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O IBGE confirmou ontem que a safra nacional de grãos deste ano fica abaixo de 115 milhões de toneladas. Tomando por base o levantamento de maio, o instituto prevê produção de 113,5 milhões de toneladas, 5% abaixo do volume produzido em 2004.
Este é o segundo ano consecutivo em que não se confirmam as estimativas de safra superior a 130 milhões de toneladas (no ano passado, 119,4 milhões).
A quebra de safra deverá trazer perda de renda de R$ 10 bilhões para os produtores, estima Carlo Lovatelli, presidente da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness), entidade que iniciou ontem o quarto congresso brasileiro do setor, em São Paulo. O evento termina hoje.
A quebra de safra e a conseqüente perda de renda dos produtores está sendo repassada para todos os demais segmentos que dependem do bom desempenho da agricultura.
Persio Pastre, da Anfavea, diz que "este ano já foi perdido para o setor de colheitadeiras, pois as vendas caíram 80%". No caso de tratores, ele diz que é preciso esperar o segundo semestre para ver se haverá reação nas vendas.
O setor de adubos e fertilizantes também sente a pisada no freio dos produtores agrícolas. As vendas estão em queda, e o setor prevê redução na área plantada.
Lovatelli destaca outro problema que reduzirá a produção também em 2006. Além da queda da área plantada, o produtor utilizará menos tecnologia (adubos, inseticidas etc.) neste ano, o que reduzirá a produtividade.
O ministro Roberto Rodrigues, presente ao congresso da Abag, reconheceu que há uma crise setorial, afetando principalmente os produtores de soja, milho e trigo. Outros setores, como café e cana, reagem bem, segundo o ministro.
Rodrigues diz que fazer política agrícola permanente não é fácil, principalmente devido aos problemas cíclicos, como secas, geadas etc. "O setor privado deve olhar o governo como um parceiro, e não como algoz."
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) diz que o agronegócio é o maior responsável pela evolução do PIB paulista. Ele destaca que a diversidade da atividade agrícola no Estado garantiu o bom desempenho médio do setor.


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