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FALSIFICAÇÃO
Relatório de federação de gravadoras põe Brasil em lista de países "prioritários" no combate à venda ilegal
Um terço dos CDs é pirata, diz associação
DA REDAÇÃO
O mercado de música pirata no
mundo já chega a US$ 4,6 bilhões,
e um em cada três discos vendidos é pirata, segundo estimativas
da IFPI (Federação Internacional
da Indústria Fonográfica, na sigla
em inglês).
O Brasil foi incluído pelo órgão
na lista dos dez países considerados prioritários, onde os níveis de
pirataria são "inaceitáveis" e onde
é necessária ação mais forte dos
governos para reduzir as vendas
ilegais. A taxa de pirataria de música no Brasil é de 52%, segundo a
federação.
Os outros países da lista são
China, Índia, Indonésia, México,
Paquistão, Paraguai, Rússia, Espanha e Ucrânia.
O relatório da IFPI sobre pirataria, com dados de 2004, diz que 1,2
bilhão de discos piratas foi vendido no mundo no ano passado, o
que representa 34% das vendas
mundiais de CDs.
Em 31 países, as vendas piratas
de música são maiores que as vendas legais. Os países estreantes
nessa lista em 2004 foram Chile,
República Tcheca, Grécia, Índia e
Turquia.
Apesar da penetração cada vez
maior da internet, o maior volume de pirataria ainda acontece
em formatos físicos, como CDs,
fitas cassete e DVDs, segundo a
IFPI. A federação diz ainda que a
pirataria de CDs cada vez mais é
feita em pequenos laboratórios
onde CD-Rs (graváveis) são
"queimados".
"Não é mais aceitável que governos ignorem ou vejam a pirataria como uma pequena irritação
para a sociedade", diz John Kennedy, presidente da IFPI. "A venda ilegal de música está destruindo a criatividade e a inovação, eliminando empregos e financiando
o crime organizado."
A boa notícia, segundo a federação, é que o crescimento da pirataria em 2004 foi o menor em cinco anos, graças em parte a esforços dos governos de países como
México, Brasil, Paraguai, Hong
Kong e Espanha.
A IFPI diz que o mercado fonográfico brasileiro teve uma recuperação parcial em 2004, mas que
as vendas de produtos piratas são
maiores que as legais.
A federação elogia também as
ações tomadas pelo governo brasileiro, que "começaram a implementar uma série grande de ações
antipirataria", movimento que o
órgão considera "encorajador".
O Brasil vem enfrentando forte
pressão dos EUA para que combata a pirataria. Os Estados Unidos ameaçam retirar o Brasil do
Sistema Geral de Preferências, em
que algumas exportações brasileiras têm tarifa zero.
O caso do Brasil está agora sob
revisão do USTr (United States
Trade Representative, espécie de
Ministério do Comércio Exterior). O governo americano estendeu o prazo para o Brasil mostrar
resultados no combate à pirataria
até setembro deste ano. O plano
antipirataria do governo brasileiro foi lançado pouco antes de vencer o primeiro prazo dado pelos
EUA, que era abril deste ano.
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