São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2005

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FALSIFICAÇÃO

Relatório de federação de gravadoras põe Brasil em lista de países "prioritários" no combate à venda ilegal

Um terço dos CDs é pirata, diz associação

DA REDAÇÃO

O mercado de música pirata no mundo já chega a US$ 4,6 bilhões, e um em cada três discos vendidos é pirata, segundo estimativas da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica, na sigla em inglês).
O Brasil foi incluído pelo órgão na lista dos dez países considerados prioritários, onde os níveis de pirataria são "inaceitáveis" e onde é necessária ação mais forte dos governos para reduzir as vendas ilegais. A taxa de pirataria de música no Brasil é de 52%, segundo a federação.
Os outros países da lista são China, Índia, Indonésia, México, Paquistão, Paraguai, Rússia, Espanha e Ucrânia.
O relatório da IFPI sobre pirataria, com dados de 2004, diz que 1,2 bilhão de discos piratas foi vendido no mundo no ano passado, o que representa 34% das vendas mundiais de CDs.
Em 31 países, as vendas piratas de música são maiores que as vendas legais. Os países estreantes nessa lista em 2004 foram Chile, República Tcheca, Grécia, Índia e Turquia.
Apesar da penetração cada vez maior da internet, o maior volume de pirataria ainda acontece em formatos físicos, como CDs, fitas cassete e DVDs, segundo a IFPI. A federação diz ainda que a pirataria de CDs cada vez mais é feita em pequenos laboratórios onde CD-Rs (graváveis) são "queimados".
"Não é mais aceitável que governos ignorem ou vejam a pirataria como uma pequena irritação para a sociedade", diz John Kennedy, presidente da IFPI. "A venda ilegal de música está destruindo a criatividade e a inovação, eliminando empregos e financiando o crime organizado."
A boa notícia, segundo a federação, é que o crescimento da pirataria em 2004 foi o menor em cinco anos, graças em parte a esforços dos governos de países como México, Brasil, Paraguai, Hong Kong e Espanha.
A IFPI diz que o mercado fonográfico brasileiro teve uma recuperação parcial em 2004, mas que as vendas de produtos piratas são maiores que as legais.
A federação elogia também as ações tomadas pelo governo brasileiro, que "começaram a implementar uma série grande de ações antipirataria", movimento que o órgão considera "encorajador".
O Brasil vem enfrentando forte pressão dos EUA para que combata a pirataria. Os Estados Unidos ameaçam retirar o Brasil do Sistema Geral de Preferências, em que algumas exportações brasileiras têm tarifa zero.
O caso do Brasil está agora sob revisão do USTr (United States Trade Representative, espécie de Ministério do Comércio Exterior). O governo americano estendeu o prazo para o Brasil mostrar resultados no combate à pirataria até setembro deste ano. O plano antipirataria do governo brasileiro foi lançado pouco antes de vencer o primeiro prazo dado pelos EUA, que era abril deste ano.


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