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VISITA A BRASÍLIA
Anne Krueger, a número 2 do Fundo, tem encontros com FHC e Malan e descarta acordo de transição
FMI diz que só ajudará governo "engajado"
Sergio Lima/Folha Imagem
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A economista Anne Krueger,vice-diretora-gerente do FMI, chega ao hotel Blue Tree, em Brasília |
CLÁUDIA DIANNI
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A vice-diretora-gerente do FMI
(Fundo Monetário Internacional), Anne Krueger, disse ontem
que o organismo apóia o governo
Fernando Henrique Cardoso e
que está pronto a ajudar qualquer
governo que venha a ser eleito
desde "que esteja comprometido
com as questões macroeconômicas defendidas pelo Fundo".
Krueger conversou durante
uma hora e meia com o presidente Fernando Henrique, depois de
ter almoçado com o ministro Pedro Malan (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Armínio
Fraga. Segundo ela, foram abordados nas conversas essencialmente temas internacionais, como a crise nas Bolsas de Valores e
a recuperação das economias
americana e mundial.
"Nós discutimos a situação econômica do Brasil. Nós obviamente apoiamos fortemente o Brasil,
nós acreditamos no programa
[do Fundo com o país", na equipe
econômica e nos fundamentos da
economia do país", disse ela.
Ela negou que tenha vindo ao
Brasil para tratar de um acordo de
transição de governo, como tem
sido especulado nas últimas semanas. Lembrou que o Fundo
tem um programa em curso com
o Brasil e que trabalha conjuntamente com as autoridades do país
no contexto do programa.
Krueger afirmou, no entanto,
que o FMI está "examinando todo
o progresso que está acontecendo". "Vamos conversando em
função dos progressos que vão tomando forma (...) Esta é uma
questão técnica. Como todo o
programa técnico, vamos examinar exatamente o que será preciso
fazer. Contudo esse é um trabalho
que ainda não foi feito", conclui.
Anteontem, ela foi recebida por
Armínio Fraga, no Rio. Segundo a
Folha apurou, no encontro do
Rio ela deixou claro que vai se empenhar para um novo acordo do
Brasil com o FMI, caso a equipe
econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso o considere
necessário.
Viagem acertada
Segundo ela, sua viagem havia
sido planejada há muito tempo,
para o Encontro Latino-Americano da Sociedade Econométrica,
que começa hoje à noite em São
Paulo e do qual será palestrante.
"O Brasil é um país importante,
é um membro importante do
Fundo. Temos boas relações com
o governo, com a sociedade, e são
essas as duas razões para a minha
vinda aqui [a Brasília"."
Ela afirmou que não conhece
em detalhes os programas de governo dos candidatos à sucessão
presidencial. Mas, para ela, algumas das propostas são inconsistentes. "Eu li algumas citações sobre os candidatos nos jornais (...)
Li algumas notas que não eram
inteiramente consistentes, mas
acho isso absolutamente normal
em uma campanha política."
Armínio Fraga tem conversado
com integrantes das equipes dos
candidatos. Na semana passada,
recebeu o presidente do PSDB, José Aníbal, em nome do governista
José Serra, e o deputado Aloizio
Mercadante, do PT. Na última segunda-feira conversou com o
candidato Ciro Gomes (PPS).
Sobre os temas internacionais
abordados nas conversas com as
autoridades brasileiras, Krueger
disse que "a boa notícia é que, como as economias no resto do
mundo estão se recuperando, isso
vai facilitar a recuperação dos países da América Latina". "Contudo, alguns países da região, por
razões específicas aos seus problemas internos, continuarão tendo
certos dificuldades", ressaltou.
Colaborou KENNEDY ALENCAR, da Sucursal de Brasília
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