ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Com a ação judicial que impede a Telefônica de completar ligações interurbanas para o resto do país, a Telemar assumiu a dianteira na guerra das teles privatizadas. Na sexta-feira, ela foi autorizada pela Justiça Federal do Rio a oferecer o DDD em âmbito nacional.
O presidente da Telemar Norte Leste (empresa de telefonia fixa do grupo), Ronaldo Iabrudi, disse que não entrará em guerra de preços com a Embratel e a Intelig.
""Os concorrentes que fizeram guerra de tarifa ou quebraram ou estão quebrando. Não vamos fazer este jogo", declarou.
Segundo o executivo, as chamadas de longa distância (interurbanos e ligações internacionais) movimentam cerca de R$ 7,5 bilhões por ano no Brasil. A maior parte deste bolo está com a Embratel, que faturou R$ 5,4 bilhões com os serviços no ano passado.
A Telemar atua em 16 Estados e tem 70% das ligações interurbanas dentro de sua área de concessão. Iabrudi disse que pretende, em menos de 12 meses, alcançar este percentual nacionalmente.
Questionado se espera uma contra-ofensiva da Embratel, ele provocou a concorrente. Disse que quer competição e que qualquer ação em sentido contrário, por parte da Embratel, provocará a má vontade dos clientes.
A Embratel não quis comentar as declarações.

Investimento
Os contratos de concessão das empresas de telefonia local (como Telefônica e Telemar) permitem interurbanos apenas dentro das áreas de concessão.
Para estimular o aumento da oferta de telefones, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) prometeu autorizações para o DDD nacional e para ligações internacionais às teles que antecipassem o cumprimento das metas de expansão fixadas para dezembro de 2003.
Iabrudi disse que a Telemar investiu R$ 14,5 bilhões nos últimos três anos, visando a exploração do serviços.
Em junho, a empresa recebeu o certificado de antecipação de metas, mas a Anatel não emitiu as licenças por causa da ação judicial da Embratel, que, desde abril, tem impedido a Telefônica de oferecer o DDD nacional.
Para escapar de um impasse semelhante, a Telemar entrou com ação judicial e obteve liminar do TRF (Tribunal Regional Federal) do Rio para prestar o serviço. A Anatel apoiou a iniciativa.


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