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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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Paralisação ocorrerá se montadora não revir 450 demissões em São José

Metalúrgicos da GM aprovam greve

DA REPORTAGEM LOCAL

Os metalúrgicos da GM (General Motors) de São José dos Campos (SP) aprovaram ontem estado de greve e podem paralisar a produção a partir de amanhã por tempo indeterminado. A greve será iniciada caso a montadora não suspenda as 450 demissões anunciadas na terça-feira.
A decisão foi tomada em duas assembléias -a primeira com 3.000 funcionários do turno da manhã e a segunda com outros 3.000 do turno da tarde. A GM, que emprega no total, 8.500 funcionários em São José, não comentou a decisão.
Até ontem à noite, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (filiado à CUT) continuavam reunidos com diretores da montadora para discutir o impasse. A reunião havia começado às 11h, segundo a assessoria do sindicato.
A GM iniciou as demissões após o sindicato recusar a proposta da empresa de adotar o sistema de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) para 600 funcionários considerados excedentes na fábrica. Por esse sistema, os trabalhadores receberiam 80% do salário, segundo a GM. De acordo com o sindicato, 60% seriam pagos pela empresa e o restante pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), como uma bolsa de qualificação profissional. A legislação que permite o lay-off prevê que o percentual pode variar, segundo o acordo coletivo estabelecido entre o sindicato e a empresa que adotar esse sistema.
A Folha apurou que a montadora teria oferecido na tarde de ontem melhorar o percentual do salário que seria pago durante a suspensão do contrato -98% no caso dos metalúrgicos que recebem menos de R$ 1.400 e 88% para os que ganham acima desse valor. Mas, segundo informaram sindicalistas da CUT, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José (ligado ao PSTU) teria resistência à proposta. Nessa unidade, os trabalhadores não aprovaram medidas como o banco de horas, por exemplo, já adotado em montadoras da base da CUT.
O presidente do sindicato, Luiz Carlos Prates, informou que há resistência porque a empresa quer incluir no acordo cláusula que permite a dispensa dos que estiverem afastados temporariamente, se a crise que atinge o setor se agravar. O sindicato quer alguma garantia de que esses funcionários, encerrado o afastamento, possam retornar ao trabalho. Hoje, haverá nova assembléia com os operários demitidos. (CR)


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