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VEÍCULOS
Paralisação ocorrerá se montadora não revir 450 demissões em São José
Metalúrgicos da GM aprovam greve
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metalúrgicos da GM (General Motors) de São José dos Campos (SP) aprovaram ontem estado de greve e podem paralisar a
produção a partir de amanhã por
tempo indeterminado. A greve
será iniciada caso a montadora
não suspenda as 450 demissões
anunciadas na terça-feira.
A decisão foi tomada em duas
assembléias -a primeira com
3.000 funcionários do turno da
manhã e a segunda com outros
3.000 do turno da tarde. A GM,
que emprega no total, 8.500 funcionários em São José, não comentou a decisão.
Até ontem à noite, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos
de São José dos Campos (filiado à
CUT) continuavam reunidos
com diretores da montadora para
discutir o impasse. A reunião havia começado às 11h, segundo a
assessoria do sindicato.
A GM iniciou as demissões após
o sindicato recusar a proposta da
empresa de adotar o sistema de
lay-off (suspensão temporária do
contrato de trabalho) para 600
funcionários considerados excedentes na fábrica. Por esse sistema, os trabalhadores receberiam
80% do salário, segundo a GM. De
acordo com o sindicato, 60% seriam pagos pela empresa e o restante pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), como uma
bolsa de qualificação profissional.
A legislação que permite o lay-off
prevê que o percentual pode variar, segundo o acordo coletivo
estabelecido entre o sindicato e a
empresa que adotar esse sistema.
A Folha apurou que a montadora teria oferecido na tarde de
ontem melhorar o percentual do
salário que seria pago durante a
suspensão do contrato -98% no
caso dos metalúrgicos que recebem menos de R$ 1.400 e 88% para os que ganham acima desse valor. Mas, segundo informaram
sindicalistas da CUT, o Sindicato
dos Metalúrgicos de São José (ligado ao PSTU) teria resistência à
proposta. Nessa unidade, os trabalhadores não aprovaram medidas como o banco de horas, por
exemplo, já adotado em montadoras da base da CUT.
O presidente do sindicato, Luiz
Carlos Prates, informou que há
resistência porque a empresa
quer incluir no acordo cláusula
que permite a dispensa dos que
estiverem afastados temporariamente, se a crise que atinge o setor
se agravar. O sindicato quer alguma garantia de que esses funcionários, encerrado o afastamento,
possam retornar ao trabalho. Hoje, haverá nova assembléia com os
operários demitidos.
(CR)
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