São Paulo, sábado, 24 de julho de 2004 |
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INSS Recurso para pagar a aposentado pode vir da contenção de despesas públicas e da redução no alívio tributário Por acordo, governo deve cortar gastos
JULIANNA SOFIA
O governo federal deverá cortar
gastos a partir do próximo ano
para garantir o acordo com os
aposentados, que prevê a correção dos benefícios em até 39,67%
e o pagamento de uma dívida de
R$ 12,3 bilhões. A contenção de
despesas será uma complementação à já anunciada redução no pacote de alívio tributário em preparação pela equipe econômica. ACORDO COM APOSENTADOS - É
um sinal [o acordo] importante
para a sociedade de que os direitos dos trabalhadores devem ser
observados a seu tempo [...] Eu
acho que, neste ano, nós temos
condições de assimilar os efeitos
do acordo, pois temos a cobrança
da Cofins sobre importações que
nos dá os recursos necessários. CORTES - Abandonamos a idéia
de elevar a alíquota [de contribuição previdenciária]. O ajuste tem
que ser feito nas medidas de ajuste tributário. É possível que uma
parte importante do esforço seja
feita na contenção de despesas do
governo, de forma que possamos
equilibrar entre medidas tributárias e contenção de despesas a
construção desse compromisso
com os aposentados. Para este
ano, não há problema. Para o próximo Orçamento, não se trata
apenas de escolher dois ou três setores para cortar. Trata-se de
construir um Orçamento, do próximo ano e dos demais, que seja
equilibrado entre necessidades
sociais e investimentos do governo. Vamos analisar as despesas
correntes e a qualidade dos gastos. PACOTE TRIBUTÁRIO - Eu acho
que [o pacote de alívio tributário]
será um pouco superior a R$ 2,5
bilhões. Vamos observar e tomar
as medidas que possam manter a
carga tributária estável. Por
exemplo: bens de capital e poupança de longo prazo. Até o final
da próxima semana, vai estar praticamente pronta uma medida
bastante importante sobre a incidência do Imposto de Renda sobre aplicações de longo prazo, sobre renda variável. Vamos também fazer pequenas mudanças no
sentido de garantir uma saúde
melhor ao sistema de crédito. São
todas mudanças tributárias que
reduzem a arrecadação do governo, mas dão ganhos para o desenvolvimento econômico. "MINI-SIMPLES" - Em torno de
três quartos da informalidade são
pequenos negócios. É preciso
uma legislação específica para esse empreendedor. Queremos
uma legislação que garanta uma
forma mais simplificada de vinculação à Previdência, aos Estados e aos municípios, com os
quais estamos fazendo convênios.
O compromisso, do ponto de vista de tributos federais, é cobrar zero. Não queremos tributos federais para essas empresas. Estados
e municípios devem ter uma pequena parcela. Não podemos
abrir mão do que não é nosso. |
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