São Paulo, sábado, 24 de julho de 2004

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Para empresas, medidas são "fundamentais"

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O pacote de redução nos impostos é "fundamental" para o setor produtivo e é de vital importância para a expansão do mercado de capitais no país e da pequena empresa. No entanto, as medidas -comentadas pela Fazenda ontem- precisam ficar mais claras para que se possa afirmar se terão impacto positivo para os setores.
As afirmações são de lideranças da indústria e da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
"É algo louvável e fundamental, mas é cedo para comemorar. Como dizem, o diabo mora nos detalhes, e ainda sabemos pouco sobre as intenções do governo", disse Joseph Couri, presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo).
Segundo disse ontem o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, estão em estudo mudanças na tabela do IR para o próximo ano e a isenção de impostos federais para pequenas empresas.
"Esse movimento mostra que nossas ações no sentido de revisar a taxação começam a surtir efeito", afirma Thomas Tosta de Sá, ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), diretor da Mercatto e coordenador do Plano Diretor do Mercado de Capitais da Bovespa.
Segundo ele, em junho foi entregue um documento elaborado com o apoio da Bovespa ao governo. Nele, eram solicitadas reduções na cobrança de taxas para as aplicações financeiras.
O presidente do grupo Pão de Açúcar, Augusto Cruz, comentou em nota afirmação de Palocci sobre a redução na cobrança de impostos sobre itens da cesta básica. O ministro pediu ao comércio que repasse a queda aos preços.
"Trabalhamos para assegurar excelentes preços para nossos consumidores. Ações como essa vindas do governo federal são muito bem-vindas, e a Companhia Brasileira de Distribuição -CBD [leia-se Extra Hipermercados, supermercados Pão de Açúcar, CompreBem Barateiro, ABC Barateiro e Sendas] agirá em favor dos seus clientes".

Mais efeitos
A lei que isenta de PIS e Cofins os insumos agropecuários propiciará uma economia de R$ 4,7 bilhões por ano ao setor agropecuário nacional, segundo economistas da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária).
A base de cálculo utilizada para chegar a esses números levou em conta os custos de produção em regiões produtoras representativas no cenário nacional. Nas principais culturas, as reduções vão de 4,09% nos custos operacionais para soja e milho a 6,02% nas lavouras de trigo. Os custos na produção de feijão serão 4,17% menores para os agricultores.


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