São Paulo, sábado, 24 de julho de 2004

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Berzoini acredita em negociação salarial favorável ao trabalhador

FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE

A retomada da economia deve favorecer o ambiente de negociação salarial neste segundo semestre. O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse hoje que esse cenário permite que as empresas negociem reajustes salariais melhores do que os concedidos em momentos de crise.
"Os empresários têm condição de conceder mais, de fazer uma negociação mais objetiva e mais razoável. Até para reconhecer o esforço que trabalhadores fizeram na busca da retomada do crescimento, muitas vezes aceitando acordos nem tão bons, mas necessários em determinadas conjunturas", disse ele, ontem, em São Paulo.
Segundo ele, a melhora do mercado de trabalho -verificada pelo segundo mês consecutivo pela pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)- deve fortalecer os sindicatos no processo de negociação salarial. A pesquisa mostrou queda na taxa de desemprego em junho, além de uma melhora no rendimento médio do trabalhador.
"O ambiente de crescimento sempre é melhor para os sindicatos, que evidentemente têm mais poder de barganha, mais força."
Mas Berzoini alertou os sindicatos a buscarem acordos "razoáveis". "Os sindicatos devem, obviamente, usar critérios razoáveis. Porque hoje tem muita competitividade [no mercado de trabalho] entre regiões do próprio Brasil."
Berzoini disse também que o governo vai criar mecanismos para a facilitar a contratação de mão-de-obra com carteira assinada. Segundo ele, os projetos do governo nessa área devem facilitar as micro e pequenas empresas.
"A informalidade está muito concentrada na pequena e na micro empresa. O governo tem estudado várias alternativas para desonerar essas empresas", disse.
Entre os projetos em estudo está o chamado "Super Simples", que deve estender às empresas familiares ou com até cinco funcionários os mesmos benefícios do Simples. Outra proposta é o da "pré-empresa", que permite que empresas com faturamento mensal de até R$ 3.000 possam se formalizar. Segundo Berzoini, a "oneração da folha de pagamento prejudica a formalização".


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