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Berzoini acredita em negociação salarial favorável ao trabalhador
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
A retomada da economia deve
favorecer o ambiente de negociação salarial neste segundo semestre. O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse hoje que esse cenário permite que as empresas negociem reajustes salariais
melhores do que os concedidos
em momentos de crise.
"Os empresários têm condição
de conceder mais, de fazer uma
negociação mais objetiva e mais
razoável. Até para reconhecer o
esforço que trabalhadores fizeram na busca da retomada do
crescimento, muitas vezes aceitando acordos nem tão bons, mas
necessários em determinadas
conjunturas", disse ele, ontem,
em São Paulo.
Segundo ele, a melhora do mercado de trabalho -verificada pelo segundo mês consecutivo pela
pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)- deve fortalecer os sindicatos no processo de negociação salarial. A pesquisa mostrou queda
na taxa de desemprego em junho,
além de uma melhora no rendimento médio do trabalhador.
"O ambiente de crescimento
sempre é melhor para os sindicatos, que evidentemente têm mais
poder de barganha, mais força."
Mas Berzoini alertou os sindicatos a buscarem acordos "razoáveis". "Os sindicatos devem, obviamente, usar critérios razoáveis.
Porque hoje tem muita competitividade [no mercado de trabalho]
entre regiões do próprio Brasil."
Berzoini disse também que o
governo vai criar mecanismos para a facilitar a contratação de
mão-de-obra com carteira assinada. Segundo ele, os projetos do
governo nessa área devem facilitar as micro e pequenas empresas.
"A informalidade está muito
concentrada na pequena e na micro empresa. O governo tem estudado várias alternativas para desonerar essas empresas", disse.
Entre os projetos em estudo está
o chamado "Super Simples", que
deve estender às empresas familiares ou com até cinco funcionários os mesmos benefícios do
Simples. Outra proposta é o da
"pré-empresa", que permite que
empresas com faturamento mensal de até R$ 3.000 possam se formalizar. Segundo Berzoini, a
"oneração da folha de pagamento
prejudica a formalização".
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