São Paulo, sábado, 24 de julho de 2004

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CAPITALISMO VERMELHO

Governo da China determina cortes no fornecimento para poder economizar luz na capital

Consumo maior deixa Pequim sem energia

Wilson Chu - 22.jul.04/Reuters
Engenheiros da empresa Huaneng Power International monitoram, em sua base de Pequim, as mais de 30 unidades que a companhia possui no território chinês


CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

O consumo de energia bateu recorde na China na quarta-feira. Com isso, regiões da capital do país, Pequim, tiveram cortes no fornecimento de eletricidade por 47 minutos. Ontem, voltou a faltar energia na cidade.
O aumento do consumo foi causado pela onda de calor que atinge o país, aliada à forte atividade econômica, que pressiona há meses o fornecimento de energia.
A State Grid, estatal responsável pelo setor, informou ontem que o consumo de eletricidade atingiu na quarta-feira 6,406 bilhões de kWh. O recorde anterior havia sido registrado em 29 de junho, quando o consumo foi de 6,299 bilhões de kWh.
O corte no fornecimento de energia em Pequim atingiu principalmente regiões do subúrbio e foi determinado pelo governo para economizar 70 mil kW.
A crise atual é a mais grave desde os anos 80. O governo chinês estima que haverá um déficit de pelo menos 30 milhões de kW no fornecimento de eletricidade neste ano. Em 2003, o consumo de energia subiu 15,4%, para 1,89 trilhão de kWh, recorde dos últimos 25 anos. O consumo continuou a crescer neste ano, com alta de 16% no primeiro semestre em relação a igual período de 2003.
O risco de um colapso no fornecimento de energia é um dos fatores que levaram o governo chinês a adotar medidas para esfriar o ritmo de crescimento da economia, que se expandiu 9,6% entre janeiro e junho, depois de ter alta de 9,1% em 2003. A infra-estrutura energética do país não é suficiente para atender o crescimento da demanda. A partir de abril, o governo adotou uma série de medidas de restrição do crédito e de investimentos, que começaram a dar resultado no fim do semestre.


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