São Paulo, Sábado, 24 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

NY faz Bovespa ter maior queda no mês

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 2,22% ontem, o maior recuo desde 24 de junho. A queda foi reflexo do movimento de venda de ações gerado em todo o mercado internacional, após o discurso do presidente do Fed (banco central dos EUA), Alan Greenspan, anteontem.
Greenspan disse que o Fed pode elevar novamente a taxa de juros no país (já fez isso no mês passado), se houver sinal de que o aquecimento econômico esteja provocando pressão inflacionária. Os juros de mercado estão em 5% ao ano.
Entre os próprios norte-americanos, no entanto, a hipótese de novo aumento nos juros é pequena. A agência de notícias "Bloomberg" fez uma pesquisa com 30 bancos de investimentos no país e verificou que 21 deles (70%) não acreditam em uma mexida na taxa.
O que Greenspan fez, segundo análises, foi desencadear um movimento de "realização de lucro" na Bolsa de Nova York. As ações vêm subindo de preço há muito tempo e era esperado que, em algum momento, os investidores trocassem os papéis por dinheiro, embolsando o lucro. Greenspan deu o motivo.
No Brasil, como não há fatos políticos relevantes - pois o Congresso está em recesso-, o comportamento da Bovespa fica muito atrelado a Nova York.
"A fala de Greenspan deu uma deteriorada no clima do mercado internacional. Como aqui no Brasil não estamos tendo comprador, o movimento de venda acaba determinando o rumo da Bolsa", disse Marcelo Faria, da Síntese Corretora.
"É um movimento ruim, mas não há um pânico nos mercados", disse Sérgio Kulikovsky, da NetTrade.
A preocupação com a Argentina, que teve os títulos da dívida rebaixados anteontem por uma agência de classificação, facilitou a queda da Bolsa.
No mercado de câmbio, o dólar comercial apresentou uma leve elevação (0,11%) em relação a anteontem, fechando cotado a R$ 1,82.
Mas houve pouca liquidez no mercado. Apesar da subida, poucos negócios foram feitos com a moeda no patamar máximo.
(MARCELO DIEGO)


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