São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2001

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Investimento externo despenca 33%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil recebeu US$ 700 milhões em investimentos estrangeiros diretos neste mês, segundo dados computados pelo BC até ontem. O número indica que o resultado será bem menor do que o apurado em agosto do ano passado, quando os investimentos totalizaram US$ 2,49 bilhões.
Entre janeiro e julho deste ano, os investimentos estrangeiros somaram US$ 12,37 bilhões, queda de 33% em relação ao mesmo período de 2000. O número está dentro do esperado pelo BC, que prevê queda de 38,9% no volume de investimentos neste ano, na comparação com o ano passado.
O país recebeu US$ 2,49 bilhões em investimentos estrangeiros no mês passado, mais do que o dobro do US$ 1,09 bilhão obtido em junho. Foi o melhor resultado desde novembro de 2000.
O mês de julho foi o primeiro, neste ano, em que os investimentos estrangeiros diretos foram suficientes para cobrir o déficit em transações correntes, que ficou em US$ 2,03 bilhões.
Do total dos investimentos externos recebidos em julho, US$ 457 milhões se referem à privatização da Sasse, seguradora que pertencia à Caixa Econômica Federal. A empresa foi adquirida, em fevereiro, pela francesa CNP Assurances, mas o pagamento só foi feito no mês passado.
Os investimentos diretos são tidos como a forma mais segura de financiar o déficit nas contas externas, pois não podem ser retirados do país, com tanta facilidade, em momentos de crise.
No longo prazo, porém, grandes volumes de investimentos estrangeiros costumam se traduzir em maiores remessas de lucros para o exterior, o que acaba prejudicando o resultado das contas externas.
Entre janeiro e julho, multinacionais instaladas no Brasil enviaram para o exterior US$ 2,85 bilhões em lucros e dividendos, valor 48% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. A previsão do Banco Central é que, neste ano, as remessas de lucros somem US$ 4,8 bilhões. Se confirmado, esse resultado será 45% maior do que o observado no ano passado.



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