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Investimento externo despenca 33%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil recebeu US$ 700 milhões em investimentos estrangeiros diretos neste mês, segundo
dados computados pelo BC até
ontem. O número indica que o resultado será bem menor do que o
apurado em agosto do ano passado, quando os investimentos totalizaram US$ 2,49 bilhões.
Entre janeiro e julho deste ano,
os investimentos estrangeiros somaram US$ 12,37 bilhões, queda
de 33% em relação ao mesmo período de 2000. O número está
dentro do esperado pelo BC, que
prevê queda de 38,9% no volume
de investimentos neste ano, na
comparação com o ano passado.
O país recebeu US$ 2,49 bilhões
em investimentos estrangeiros no
mês passado, mais do que o dobro do US$ 1,09 bilhão obtido em
junho. Foi o melhor resultado
desde novembro de 2000.
O mês de julho foi o primeiro,
neste ano, em que os investimentos estrangeiros diretos foram suficientes para cobrir o déficit em
transações correntes, que ficou
em US$ 2,03 bilhões.
Do total dos investimentos externos recebidos em julho, US$
457 milhões se referem à privatização da Sasse, seguradora que
pertencia à Caixa Econômica Federal. A empresa foi adquirida,
em fevereiro, pela francesa CNP
Assurances, mas o pagamento só
foi feito no mês passado.
Os investimentos diretos são tidos como a forma mais segura de
financiar o déficit nas contas externas, pois não podem ser retirados do país, com tanta facilidade,
em momentos de crise.
No longo prazo, porém, grandes volumes de investimentos estrangeiros costumam se traduzir
em maiores remessas de lucros
para o exterior, o que acaba prejudicando o resultado das contas
externas.
Entre janeiro e julho, multinacionais instaladas no Brasil enviaram para o exterior US$ 2,85 bilhões em lucros e dividendos, valor 48% maior do que o registrado
no mesmo período do ano passado. A previsão do Banco Central é
que, neste ano, as remessas de lucros somem US$ 4,8 bilhões. Se
confirmado, esse resultado será
45% maior do que o observado no
ano passado.
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