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CASO MAPPIN
Carro não estava no nome do empresário
Oficial de Justiça não encontra objetos de valor na casa de Mansur
JOSÉLIA AGUIAR
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de receber a visita de
uma leva de oficiais de justiça que
finalmente conseguiu encontrá-lo
em endereço certo -a carceragem da Polícia Federal onde se
encontra desde o último dia 14-,
o empresário Ricardo Mansur,
53, teve de abrir ontem as portas
de sua mansão no Morumbi para
que seus bens fossem penhorados
como parte de uma ação civil movida pela Motorola.
O oficial de Justiça Paulo Assaf
carregava uma autorização judicial para entrar com a polícia se
fosse preciso. Assaf conseguiu entrar sem resistência, mas a tentativa de penhora se frustrou. Não foi
encontrado nenhum móvel ou
objeto de valor, além dos que já
haviam sido arrecadados (expressão jurídica) pela ação de falência
da Barnet, holding de Mansur que
incluía Mappin e Mesbla.
De resto, havia sofás desbotados, poltronas velhas e papel de
parede descascado, segundo Assaf. "Foi bem frustrante", disse.
Os três carros na garagem, entre
os quais uma Mercedes, não estavam no nome de Mansur nem de
sua mulher, Patrícia, que também
é ré na mesma ação.
Mansur deve à Motorola mais
de R$ 10 milhões. Quando comprou os equipamentos para suas
lojas, ele e a mulher assinaram
duas notas promissórias que garantiram o pagamento da dívida.
Trata-se de ação civil que corre
em paralelo à da massa falida.
Mansur está preso por causa de
outro processo, no qual é acusado
de divulgar informações falsas
contra o Bradesco -banco para o
qual deve mais de R$ 190 milhões.
A Folha procurou o advogado de
Mansur, Milton Rosenthal, mas
ele não retornou as ligações.
Ontem, o Superior Tribunal de
Justiça manteve o arresto de bens
de dois ex-administradores do
Consórcio M, também de Mansur. O arresto havia sido solicitado pelo Ministério Público de SP e
envolve Mansur e seis ex-administradores.
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