São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2001

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CASO MAPPIN

Carro não estava no nome do empresário

Oficial de Justiça não encontra objetos de valor na casa de Mansur

JOSÉLIA AGUIAR
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de receber a visita de uma leva de oficiais de justiça que finalmente conseguiu encontrá-lo em endereço certo -a carceragem da Polícia Federal onde se encontra desde o último dia 14-, o empresário Ricardo Mansur, 53, teve de abrir ontem as portas de sua mansão no Morumbi para que seus bens fossem penhorados como parte de uma ação civil movida pela Motorola.
O oficial de Justiça Paulo Assaf carregava uma autorização judicial para entrar com a polícia se fosse preciso. Assaf conseguiu entrar sem resistência, mas a tentativa de penhora se frustrou. Não foi encontrado nenhum móvel ou objeto de valor, além dos que já haviam sido arrecadados (expressão jurídica) pela ação de falência da Barnet, holding de Mansur que incluía Mappin e Mesbla.
De resto, havia sofás desbotados, poltronas velhas e papel de parede descascado, segundo Assaf. "Foi bem frustrante", disse. Os três carros na garagem, entre os quais uma Mercedes, não estavam no nome de Mansur nem de sua mulher, Patrícia, que também é ré na mesma ação.
Mansur deve à Motorola mais de R$ 10 milhões. Quando comprou os equipamentos para suas lojas, ele e a mulher assinaram duas notas promissórias que garantiram o pagamento da dívida. Trata-se de ação civil que corre em paralelo à da massa falida.
Mansur está preso por causa de outro processo, no qual é acusado de divulgar informações falsas contra o Bradesco -banco para o qual deve mais de R$ 190 milhões. A Folha procurou o advogado de Mansur, Milton Rosenthal, mas ele não retornou as ligações.
Ontem, o Superior Tribunal de Justiça manteve o arresto de bens de dois ex-administradores do Consórcio M, também de Mansur. O arresto havia sido solicitado pelo Ministério Público de SP e envolve Mansur e seis ex-administradores.


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