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Reestruturação é calote controlado
DA REPORTAGEM LOCAL
Os EUA relutaram em emprestar mais dinheiro à Argentina. O
empréstimo acabou saindo com
parte do dinheiro -US$ 3 bilhões- condicionada à reestruturação da dívida. Do ponto de
vista das autoridades norte-americanas, a condição é uma questão
de honra, já que a administração
republicana quer que os credores
privados da Argentina também
arquem com os custos da ajuda
aos argentinos.
O raciocínio é o seguinte: se toda vez que uma país enfrenta problemas as instituições multilaterais o socorrem, os credores passam a contar com isso e ignoram
os riscos de emprestar para esses
países. É o que os economistas
chamam de risco moral: certos de
que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vai ajudar, os grandes bancos ignoram os riscos dos
empréstimos.
Risco moral
Na avaliação dos norte-americanos que pedem a reestruturação, a imposição de perdas aos
credores elimina ou diminui o risco moral, fazendo com que os
bancos fiquem mais cautelosos.
No fundo, a reestruturação significa que parte dos credores da
Argentina vai receber menos do
que esperava pelos títulos que
comprou.
Ou seja, ela acaba sendo uma espécie de calote controlado: o governo argentino chama os credores, negocia uma troca de títulos
com juros menores e prazos
maiores ou mesmo com um valor
menor do que os títulos no mercado.
A reestruturação, se aceita pelos
credores que, a princípio, adeririam voluntariamente, melhoraria o perfil da dívida já que: 1) reduziria os juros pagos pela Argentina; 2) alongaria os prazos e 3)
poderia reduzir o valor do principal, dependendo do tipo do acordo.
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