FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse ontem que a burocracia consome 5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Segundo ele, esse percentual representa um "desperdício de US$ 25 bilhões por ano" para os cofres públicos.
"Se reduzíssemos essa perda com burocracia pela metade, ganharíamos muito em eficiência", disse ele após participar de almoço com empresários no Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Pesquisa do Bird (Banco Mundial) citada por Furlan mostrou que a burocracia colocou o Brasil entre os piores países do mundo no que se refere aos custos para demitir funcionários e tempo para abertura de empresas. "O Brasil se destaca em muitos segmentos. A nossa infra-estrutura, por exemplo, é muito melhor [que a de outros países em desenvolvimento]. Mas em burocracia ainda estamos no Terceiro Mundo."
De acordo com o estudo, que analisou dados de 145 países, o tempo para regularizar a abertura de uma empresa é de 152 dias no Brasil, contra uma média de 25 dias nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Furlan disse que há consenso sobre o fato de a burocracia atrapalhar o crescimento econômico e afastar novos investimentos.

Exportações
Furlan aproveitou para anunciar ontem medidas para desburocratizar a promoção de produtos brasileiros no exterior. O empresário que remete dinheiro para outros países para promoção de produtos recebe como incentivo uma redução a zero da alíquota de Imposto de Renda. Para facilitar o acesso a esse sistema, o governo publicará uma portaria nos próximos dias. "Temos cada vez mais um crescente interesse das empresas em promover os seus produtos no exterior. Vamos dar para elas um benefício [fiscal] que nunca deveria ter sido retirado."


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