São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2006

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Bolsa de SP tem pior dia em 2 meses e cai 3,18%

Venda de casas nos EUA recua e indica desaceleração

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa teve seu pior pregão desde 12 de junho. Caiu ontem 3,18%, mais uma vez presa ao mau humor do mercado internacional. Ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo amargou seu quinto pregão consecutivo de baixa.
O aprofundamento dos resultados negativos da Bolsa, que já vinham sendo contabilizados nos últimos dias, foi estimulado por dados sobre o setor imobiliário norte-americano.
Na semana, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa paulista, acumula desvalorização de 5,43%.
Nos EUA, foi divulgado ontem que as vendas de moradias caíram a seu menor nível desde janeiro de 2004. Os dados sinalizaram que a maior economia do mundo pode estar mais desaquecida do que o desejado. E uma economia muito desaquecida pode representar redução do consumo, o que, por sua vez, acaba por achatar os lucros das empresas.
Em Nova York, o índice Dow Jones terminou com perdas de 0,37%. A Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 0,71%.
"A queda nas vendas de casas usadas nos EUA reacendeu o temor de que o Fed [o BC dos EUA] possa ter exagerado na dose dos juros. O mercado ainda segue em sensível volatilidade, reagindo a dados fora da curva, ora retomando o receio da retomada da alta nos juros americanos, ora acreditando que a economia possa entrar num processo recessivo", analisa Jason Freitas Vieira, economista-chefe da Uptrend Consultoria Econômica.
Apesar de outras Bolsas de Valores latino-americanas terem caído ontem, a brasileira foi a que mais sofreu. Em Buenos Aires, o índice Merval recuou 1,24%. No México, a Bolsa caiu 1,16%.
No fim do pregão de ontem, apenas 4 das 54 ações do Ibovespa marcavam alta. A ação ON (ordinária) da Light foi a que mais subiu (1,40%), seguida por Contax ON (1,26%).
O mau desempenho do mês tem sido impulsionado pela continuidade das vendas de ações feitas pelos estrangeiros.
Até o dia 21, a pessoa física mais comprou que vendeu ações na Bovespa no montante de R$ 287,5 milhões. No caso do investidor estrangeiro, esse saldo de negócios na Bolsa chegou ao dia 21 negativo em R$ 574 milhões.
O mercado de câmbio também reagiu negativamente ao cenário externo mais adverso. O dólar fechou com alta de 0,65%, vendido a R$ 2,152.


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