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Bolsa de SP tem pior dia em 2 meses e cai 3,18%
Venda de casas nos EUA recua e indica desaceleração
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa teve seu pior pregão desde 12 de junho. Caiu ontem 3,18%, mais uma vez presa
ao mau humor do mercado internacional. Ontem, a Bolsa de
Valores de São Paulo amargou
seu quinto pregão consecutivo
de baixa.
O aprofundamento dos resultados negativos da Bolsa,
que já vinham sendo contabilizados nos últimos dias, foi estimulado por dados sobre o setor
imobiliário norte-americano.
Na semana, o Ibovespa, o
principal índice da Bolsa paulista, acumula desvalorização
de 5,43%.
Nos EUA, foi divulgado ontem que as vendas de moradias
caíram a seu menor nível desde
janeiro de 2004. Os dados sinalizaram que a maior economia
do mundo pode estar mais desaquecida do que o desejado. E
uma economia muito desaquecida pode representar redução
do consumo, o que, por sua vez,
acaba por achatar os lucros das
empresas.
Em Nova York, o índice Dow
Jones terminou com perdas de
0,37%. A Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 0,71%.
"A queda nas vendas de casas
usadas nos EUA reacendeu o
temor de que o Fed [o BC dos
EUA] possa ter exagerado na
dose dos juros. O mercado ainda segue em sensível volatilidade, reagindo a dados fora da
curva, ora retomando o receio
da retomada da alta nos juros
americanos, ora acreditando
que a economia possa entrar
num processo recessivo", analisa Jason Freitas Vieira, economista-chefe da Uptrend
Consultoria Econômica.
Apesar de outras Bolsas de
Valores latino-americanas terem caído ontem, a brasileira
foi a que mais sofreu. Em Buenos Aires, o índice Merval recuou 1,24%. No México, a Bolsa
caiu 1,16%.
No fim do pregão de ontem,
apenas 4 das 54 ações do Ibovespa marcavam alta. A ação
ON (ordinária) da Light foi a
que mais subiu (1,40%), seguida por Contax ON (1,26%).
O mau desempenho do mês
tem sido impulsionado pela
continuidade das vendas de
ações feitas pelos estrangeiros.
Até o dia 21, a pessoa física
mais comprou que vendeu
ações na Bovespa no montante
de R$ 287,5 milhões. No caso
do investidor estrangeiro, esse
saldo de negócios na Bolsa chegou ao dia 21 negativo em R$
574 milhões.
O mercado de câmbio também reagiu negativamente ao
cenário externo mais adverso.
O dólar fechou com alta de
0,65%, vendido a R$ 2,152.
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