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Mercado de trabalho fica estagnado em julho, diz IBGE
Desemprego fica em 9,5% no mês passado e renda cai 1,2%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Na contramão da trajetória
típica do segundo semestre, o
mercado de trabalho não apresentou melhora em julho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa de desemprego nas
seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 9,5%
-variação considerada estatisticamente estável ante os 9,7%
de junho. Já o rendimento médio caiu 1,2% -a segunda retração mensal consecutiva.
Cimar Azeredo Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de
Emprego do IBGE, diz que a redução do desemprego ocorreu
por um efeito estatístico na
mudança de parte da amostra
da pesquisa, que reduziu o número de pessoas em idade para
trabalhar (dez anos ou mais).
Sintoma de que não houve
evolução do mercado de trabalho, diz Azeredo Pereira, é o
crescimento não significativo
do número de pessoas ocupadas -só 0,2% (ou 42 mil pessoas) em relação a junho. Já o
total de desempregados ficou
em 2,175 milhões, com recuo de
2,2% em relação a junho.
"O mercado de trabalho não
se alterou. A expectativa era
que a desocupação caísse um
pouco mais. Os dados de julho
não empolgaram", disse.
O cenário foi bem diferente
do de junho, quando o emprego
cresceu com força (1,3%) e derrubou a taxa de desemprego
-de 10,1% em maio para 9,7%.
Na média dos sete primeiros
meses de 2007, a taxa de desocupação ficou em 9,8% -abaixo dos 10,2% do mesmo período de 2006. Em 2006, a taxa
média ficou em 10%.
"Não há mudança em relação
a junho, mas, se o mercado de
trabalho não está pujante, mostra, ao menos, sinais de recuperação e reaquecimento", disse
Lauro Ramos, economista do
Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada).
Ele também se diz otimista
quanto aos próximos meses.
"Espero que a qualquer momento o cenário macroeconômico [juro em queda, risco-país
em baixa, inflação sob controle
e maior confiança dos empresários] se materialize de forma
mais visível no mercado."
Renda
Um sinal claro de melhora,
diz Ramos, já aparece na qualidade das vagas geradas: o emprego com carteira assinada
cresce acima da média da ocupação -1,2% ante junho e 5,2%
em relação a julho de 2006.
Nos sete primeiros meses de
2007, o rendimento médio
cresceu 4,2% ante igual período
de 2006, estimado em R$
1.117,70. Em relação a julho de
2006, a alta foi de 2,5%, já mostrando sinais de desaceleração.
Para Fábio Romão, da LCA,
os resultados mais fracos do
rendimento se explicam pela
incorporação de trabalhadores
sem carteira ao mercado formal, que se empregam com salários mais baixos.
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