São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

Próximo Texto | Índice

Mercado aberto

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Empresários não temem crise política

O nervosismo observado no mercado financeiro nos últimos dias não deve ser creditado à crise política, e sim aos números ruins da economia norte-americana. A Bovespa caiu 3,72% na semana passada, e o risco-país subiu 14,5%.
A opinião é do empresário Josué Gomes da Silva, presidente do Iedi e da Coteminas e filho do vice-presidente José Alencar. Ele concorda com a análise de Guido Mantega, de que essa turbulência dos últimos dias se deve à queda maior do que a prevista da atividade na economia americana e ao desaquecimento habitacional nos Estados Unidos.
"Não acho que a crise política tenha influenciado o mercado financeiro", diz ele. "O Brasil conseguiu dissociar a política da economia."
Gomes da Silva também não acredita que a queda-de-braço entre a situação e a oposição se estenda por muito tempo depois das eleições, independentemente do candidato que for eleito à Presidência da República. Ele acha que o presidente eleito tem condições de abrir o diálogo com a oposição para evitar o clima de guerra. "Ninguém vai ser irracional e contrariar os interesses do Brasil."
O empresário Newton de Mello, presidente da Abimaq, também acha que a crise política não afeta a economia, principalmente no seu setor, de máquinas e equipamentos, cujas decisões de investimento são tomadas visando o médio e longo prazos. "Esses problemas não afetam a economia real de forma tão imediata", diz ele.
Para Newton de Mello, o que afeta mesmo a economia, hoje, é a superapreciação do câmbio. "A cotação do dólar é que desestimula a atividade no Brasil", diz ele. Pessimista, ele acha que, ao contrário do que o governo prevê, a atividade continua em baixa. Prevê também um terceiro trimestre tão baixo quanto o segundo.

Índia sobe na lista do comércio exterior do Brasil

A Índia é a grande novidade no ranking dos principais parceiros comerciais do Brasil. Os indianos compraram US$ 1,1 bilhão em mercadorias brasileiras em 2005. Entre os principais itens fornecidos pelo Brasil estão soja, açúcar, aviões e álcool. A informação está no anuário "Análise de Comércio Exterior", que será lançada na semana que vem, pela Análise Editorial.

SUANDO A CAMISETA

A Nike se prepara para mobilizar cerca de 25 mil pessoas em São Paulo, no dia 12 de novembro, quando realiza megaevento de corrida. Batizada de Nike 10K, a prova acontece, simultaneamente, em nove cidades da América Latina. Para os 10 km de percurso, como trilha sonora, nada de "headphone": os corredores serão estimulados por bandas ao vivo. Para vestir, uma camiseta da tecnologia "sphere". "Teremos a oportunidade de ter 25 mil atletas usando o produto ao mesmo tempo. É uma forma de entrar em contato com o consumidor e de ele ter um contato real com a tecnologia e experimentar como ela funciona", diz Dipa Di Pietro, diretor de vestuário da Nike.

ARQUITETURA E JOALHERIA

A Tiffany's se prepara para lançar no Brasil, nesta semana, coleção de jóias assinada por seu mais novo designer, o arquiteto canadense Frank Gehry, célebre por projetar o museu Guggenheim de Bilbao, Espanha. No total, são seis linhas diferentes, lançadas previamente nos EUA e no Japão. O lançamento brasileiro acontece simultaneamente ao europeu. "É a hora certa para a coleção ser lançada aqui. As peças são "fashion", modernas, que se adaptam bastante ao gosto do consumidor brasileiro", diz Renato Rabbat, que responde pela Tiffany's no Brasil. Com o desenvolvimento da coleção, Gehry se junta a nomes como Paloma Picasso e Jean Schlumberger, que foram designers da marca.

JANTAR DE GALA
Karl-Ulrich Kohler e Ekkehard Schulz, os chefões da ThyssenKrupp, promovem jantar na próxima sexta, no Rio, para comemorar o início das obras da Companhia Siderúrgica do Atlântico, um investimento de US$ 3 bilhões. Dilma Rousseff, Luiz Fernando Furlan e a governadora Rosinha Matheus deverão estar presentes.

VÔO INFANTIL
A CVC lança, para o Dia da Criança, programa que oferece viagens de avião com ida e volta no mesmo dia.

FLEXIBILIZAÇÃO
Hélio Costa (Comunicações) está discutindo com as teles a flexibilização da Lei Geral de Telecomunicações. Ele estuda a criação de um grupo para fazer um estudo sobre a possibilidade de liberar as fusões e aquisições entre as empresas do setor, uma tendência considerada inevitável. Além disso, com a Anatel, Costa também tem conversado com as operadoras sobre a flexibilização das regras de universalização da Lei Geral de Telecomunicações consideradas obsoletas. Em troca, Costa quer que as teles ajudem a ampliar o programa de inclusão digital, uma das principais metas de Lula.

HABITAÇÃO
A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, assina, amanhã, termo de cooperação com a secretaria de habitação e a prefeitura de SP, para viabilizar moradia para famílias de baixa renda.

ORGÂNICO DO BRASIL
A partir de novembro, os supermercados Whole Foods, rede varejista de comidas naturais com 155 lojas nos EUA e no Reino Unido, venderão produtos brasileiros. Com apoio da Apex e do IPD (Instituto Paraná de Orgânicos), empresas produtoras fecharam o embarque de quatro contêineres.


Próximo Texto: Doleiro tem pena reduzida e pode ser solto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.