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Mais pessoas procuram emprego,
mas oferta de vagas não dá conta
DA SUCURSAL DO RIO
Mais pessoas procuraram emprego em setembro. Nem todas,
porém, conseguiram ser absorvidas pelo número de vagas criadas
no mês, o que pressionou a taxa
de desemprego.
É o que revela a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, que
apontou um crescimento de
28,6% no número de pessoas à
procura de um trabalho de setembro do ano passado para setembro deste ano. No mesmo período, a oferta de vagas subiu num
ritmo menor: 2,2%.
Em São Paulo, onde o desemprego foi recorde, ocorreu o mesmo movimento, mas de modo
mais intenso: a ocupação subiu
1,1%, enquanto o total de desocupados cresceu 46,2%.
"O mercado de trabalho não está gerando postos suficientes. Não
está absorvendo toda a procura",
disse Shyrlene Ramos de Souza,
economista do IBGE.
Tanto o aumento do número de
ocupados quanto o de desocupados fez crescer a PEA (População
Economicamente Ativa), que
agrupa quem trabalha ou procura
emprego. O crescimento foi de
3,8% ante setembro de 2001.
Para Souza, só cerca de 54% das
pessoas que buscaram uma colocação em setembro conseguiram
trabalho.
"Houve uma pressão muito
grande pelo lado da oferta de trabalho. Foram gerados empregos,
mas a oferta cresceu muito mais.
Teve muita gente ingressando no
mercado de trabalho", disse Lauro Ramos, economista do Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada).
Para Marcela Prada, da Tendências Consultoria, o que explica o
aumento da procura por trabalho
é que neste momento de crise a
renda familiar está deprimida e
mais membros da família estão se
lançando ao mercado.
Regiões
Entre as regiões metropolitanas
pesquisadas pelo IBGE, a do Rio
foi a que registrou o menor desemprego. Sem contar influências
sazonais, a taxa ficou em 5,6%.
Apesar de mais baixo, o desemprego no Rio também cresceu: fora 5,2% em agosto. Na maior parte das seis regiões, a taxa subiu. Só
caiu em Salvador -de 7,8% em
agosto para 7,6% em setembro.
Depois de São Paulo, onde o desemprego atingiu o recorde histórico (9,4%), foi justamente Salvador que registrou a maior taxa.
Em seguida, ficou Recife, onde o
desemprego sofreu uma alta expressiva: de 5,7% em agosto para
7,3% em setembro.
Historicamente, o Rio sempre
tem a taxa mais baixa de desemprego. Estudos do IBGE mostram
que a região metropolitana é a
com maior número de aposentados, o que influencia positivamente no resultado.
No Rio, o número de pessoas
ocupadas também cresceu mais
do que em São Paulo -3,1%, ante
1,1% em setembro em relação ao
mesmo mês de 2001. Com isso, o
mercado de trabalho carioca absorveu mais pessoas à procura de
trabalho, o que impediu uma alta
maior na taxa de desemprego.
Em Belo Horizonte, o desemprego ficou estável, em 7%. Em
Porto Alegre, foi de 6,4%.
Segundo Ramos, do IBGE, o
mercado de trabalho em Porto
Alegre tem sido beneficiado pelo
comportamento favorável da indústria, que na região é tipicamente exportadora e foi impulsionada pela queda do real.
O número de pessoas ocupadas
na indústria de Porto Alegre cresceu 3,5% no acumulado do ano.
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