São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 2002

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Fundos zeram perdas do dia da alta

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A manutenção da Selic em 21%, pelo Copom (Comitê de Política Monetária), ontem, derrubou os juros no mercado futuro e o cupom cambial -a taxa de juro futura em dólar- e resultou em ganhos para os investidores em fundos de investimento.
"A melhora do mercado, que começou nos últimos dias e se acentuou ontem, zerou as perdas dos fundos que tiveram rentabilidade negativa quando a Selic subiu de 18% para 21% na semana passada", diz Marcelo D'Agosto, diretor do site Fortuna.
Quando os juros futuros e o cupom cambial sobem, os fundos de renda fixa e os fundos cambiais perdem, pois eles carregam títulos cujos juros são prefixados. "Na semana passada, os juros futuros e o cupom cambial dispararam após a alta da Selic, deixando defasados os títulos carregados por esses fundos", diz Renato Ramos, diretor do HSBC Brain.
Com isso, esses títulos se desvalorizaram e, pelas normas do Banco Central, os gestores tiveram de contabilizar os papéis por um valor menor, deixando as cotas dos fundos no vermelho durante dois dias. Agora, com o recuo das taxas no mercado futuro, os fundos fazem o caminho inverso.
Os fundos de renda fixa que foram os mais atingidos pela alta da Selic, na semana passada, são os que mostram melhor recuperação. Segundo levantamento do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas, 28% desses fundos apresentaram rendimento negativo no dia 15, em consequência da alta da Selic na véspera.
Entre os 20 fundos de renda fixa que mais sofreram quando o Copom aumentou a Selic estão nove do Citibank. Segundo Sérgio Evangelista, gestor de renda fixa do banco, esses fundos têm em carteira títulos que vencem em janeiro, abril e outubro de 2003.
"Na semana passada, os juros de curto prazo foram os que mais sofreram, batendo no limite de alta da BM&F durante dois dias", diz ele. "Ontem, foram os que mais caíram diante do fato de o Copom não ter subido a Selic, e isso recuperou a rentabilidade dos nossos fundos", acrescenta.
Entre os cambiais, cujas perdas nos dias 14 e 15 chegaram a até 6,34% em alguns casos, também houve recuperação. Desde o dia 16 até o dia 21, eles estavam com ganho médio de 1,26%.
"O que aconteceu com os cambiais é que houve uma oscilação grande no cupom cambial, no Ptax [preço médio do dólar] e no dólar futuro", diz Marcelo paixão, diretor da Max Blue.


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