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Fundos zeram perdas do dia da alta
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A manutenção da Selic em 21%,
pelo Copom (Comitê de Política
Monetária), ontem, derrubou os
juros no mercado futuro e o cupom cambial -a taxa de juro futura em dólar- e resultou em ganhos para os investidores em fundos de investimento.
"A melhora do mercado, que
começou nos últimos dias e se
acentuou ontem, zerou as perdas
dos fundos que tiveram rentabilidade negativa quando a Selic subiu de 18% para 21% na semana
passada", diz Marcelo D'Agosto,
diretor do site Fortuna.
Quando os juros futuros e o cupom cambial sobem, os fundos de
renda fixa e os fundos cambiais
perdem, pois eles carregam títulos cujos juros são prefixados.
"Na semana passada, os juros futuros e o cupom cambial dispararam após a alta da Selic, deixando
defasados os títulos carregados
por esses fundos", diz Renato Ramos, diretor do HSBC Brain.
Com isso, esses títulos se desvalorizaram e, pelas normas do Banco Central, os gestores tiveram de
contabilizar os papéis por um valor menor, deixando as cotas dos
fundos no vermelho durante dois
dias. Agora, com o recuo das taxas
no mercado futuro, os fundos fazem o caminho inverso.
Os fundos de renda fixa que foram os mais atingidos pela alta da
Selic, na semana passada, são os
que mostram melhor recuperação. Segundo levantamento do
Centro de Estudos em Finanças
da Fundação Getúlio Vargas, 28%
desses fundos apresentaram rendimento negativo no dia 15, em
consequência da alta da Selic na
véspera.
Entre os 20 fundos de renda fixa
que mais sofreram quando o Copom aumentou a Selic estão nove
do Citibank. Segundo Sérgio
Evangelista, gestor de renda fixa
do banco, esses fundos têm em
carteira títulos que vencem em janeiro, abril e outubro de 2003.
"Na semana passada, os juros
de curto prazo foram os que mais
sofreram, batendo no limite de alta da BM&F durante dois dias",
diz ele. "Ontem, foram os que
mais caíram diante do fato de o
Copom não ter subido a Selic, e isso recuperou a rentabilidade dos
nossos fundos", acrescenta.
Entre os cambiais, cujas perdas
nos dias 14 e 15 chegaram a até
6,34% em alguns casos, também houve recuperação. Desde o dia 16 até o dia 21,
eles estavam com ganho médio de
1,26%.
"O que aconteceu com os cambiais é que houve uma oscilação
grande no cupom cambial, no
Ptax [preço médio do dólar] e no
dólar futuro", diz Marcelo paixão,
diretor da Max Blue.
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