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FINANÇAS
Bolsa recua 2,99% com desvalorização no exterior e queda de um ponto na Selic; papéis de emergentes perdem
Mercado externo e juros derrubam Bovespa
DA REPORTAGEM LOCAL
Um movimento de venda de
ações e de títulos da dívida externa de países emergentes no exterior foi o que bastou para provocar grande desvalorização de ativos brasileiros ontem. A Bolsa de
Valores de São Paulo fechou em
queda de 2,99% e o risco-país subiu 2,24%, para 638 pontos.
Isso acendeu um sinal vermelho
no mercado doméstico. A dúvida
é em que níveis os ativos brasileiros conseguem se sustentar considerando os avanços já ocorridos
em indicadores macroeconômicos e nas reformas estruturais.
Ou: qual é o real apetite de investidores pelo país hoje?
Embora já fosse esperada, a redução de apenas um ponto percentual dos juros anteontem (de
20% para 19%) colocou mais lenha na fogueira das incertezas.
Afinal, a Selic já caiu 7,5 pontos
percentuais nos últimos meses,
mas a economia ainda não mostra recuperação consistente.
E um corte maior dos juros básicos aumentaria a atratividade
do mercado acionário.
Somam-se a isso as dúvidas em
relação à retomada da economia
norte-americana. Se ocorrer antes
do esperado, a tendência é que os
juros do país subam, o que provocaria saída de recursos do mundo
emergente.
Com essa interrogação na cabeça, investidores se depararam
com um mercado inundado por
títulos de países emergentes: China, Polônia, Filipinas, Venezuela,
Brasil e empresas russas fizeram
emissões recentemente.
Começaram a se perguntar se
haverá demanda para tudo isso
em meio à recuperação dos EUA.
Na dúvida, partiram para a venda.
Dados da consultoria AMG Data
mostram que, nos sete dias encerrados anteontem, fundos dedicados a dívidas de países emergentes tiveram captação negativa de
US$ 11,1 milhões. Foi a primeira
vez em dez semanas que isso
ocorreu.
Os C-Bonds, títulos da dívida
externa brasileira, caíram 0,6%,
para US$ 0,92687.
A Bovespa acompanhou o recuo nas Bolsas externas -chegou
a cair mais de 3,2% de manhã.
Mas, mesmo depois da recuperação no exterior, fechou em queda
de 2,99%, maior desvalorização
desde 1º de agosto. Os negócios
somaram R$ 1,125 bilhão.
O dólar chegou a atingir R$
2,889, mas recuou e fechou o dia a
R$ 2,865, praticamente estável.
(ÉRICA FRAGA)
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