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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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FINANÇAS

Bolsa recua 2,99% com desvalorização no exterior e queda de um ponto na Selic; papéis de emergentes perdem

Mercado externo e juros derrubam Bovespa

DA REPORTAGEM LOCAL

Um movimento de venda de ações e de títulos da dívida externa de países emergentes no exterior foi o que bastou para provocar grande desvalorização de ativos brasileiros ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda de 2,99% e o risco-país subiu 2,24%, para 638 pontos.
Isso acendeu um sinal vermelho no mercado doméstico. A dúvida é em que níveis os ativos brasileiros conseguem se sustentar considerando os avanços já ocorridos em indicadores macroeconômicos e nas reformas estruturais. Ou: qual é o real apetite de investidores pelo país hoje?
Embora já fosse esperada, a redução de apenas um ponto percentual dos juros anteontem (de 20% para 19%) colocou mais lenha na fogueira das incertezas. Afinal, a Selic já caiu 7,5 pontos percentuais nos últimos meses, mas a economia ainda não mostra recuperação consistente.
E um corte maior dos juros básicos aumentaria a atratividade do mercado acionário.
Somam-se a isso as dúvidas em relação à retomada da economia norte-americana. Se ocorrer antes do esperado, a tendência é que os juros do país subam, o que provocaria saída de recursos do mundo emergente.
Com essa interrogação na cabeça, investidores se depararam com um mercado inundado por títulos de países emergentes: China, Polônia, Filipinas, Venezuela, Brasil e empresas russas fizeram emissões recentemente.
Começaram a se perguntar se haverá demanda para tudo isso em meio à recuperação dos EUA. Na dúvida, partiram para a venda. Dados da consultoria AMG Data mostram que, nos sete dias encerrados anteontem, fundos dedicados a dívidas de países emergentes tiveram captação negativa de US$ 11,1 milhões. Foi a primeira vez em dez semanas que isso ocorreu.
Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, caíram 0,6%, para US$ 0,92687.
A Bovespa acompanhou o recuo nas Bolsas externas -chegou a cair mais de 3,2% de manhã. Mas, mesmo depois da recuperação no exterior, fechou em queda de 2,99%, maior desvalorização desde 1º de agosto. Os negócios somaram R$ 1,125 bilhão.
O dólar chegou a atingir R$ 2,889, mas recuou e fechou o dia a R$ 2,865, praticamente estável.
(ÉRICA FRAGA)


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