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Rússia decide congelar preços de alimentos
Medida acontece faltando 40 dias para eleições
DA REDAÇÃO
Faltando 40 dias para as eleições parlamentares na Rússia,
o governo do presidente Vladimir Putin decidiu congelar o
preço de alguns alimentos, em
uma tentativa de conter a inflação no país.
Os principais produtores de
alimentos e as maiores redes
varejistas do país devem assinar um acordo hoje com o governo para impedir até o final
do ano o aumento nos preços
de alimentos como pão, queijo,
leite e ovos.
O Ministério da Agricultura
russo disse que o acerto foi voluntário, mas executivos do setor de alimentos afirmaram
que sofreram forte pressão do
governo. "Nos disseram de maneira bem clara que tínhamos
que congelar os preços de alguns produtos", afirmou um
empresário que pediu para não
ter seu nome revelado. "Todo
mundo sabe o que o governo está fazendo, faz parte da campanha para as eleições."
As eleições legislativas russas
estão marcadas para o dia 2 de
dezembro. No início deste mês,
Putin anunciou que irá encabeçar a chapa do partido Rússia
Unida no pleito. Ele também sinalizou a intenção de se tornar
primeiro-ministro.
Como não pode concorrer a
um terceiro mandato, já que a
Constituição do país não permite, Putin continuaria a exercer o poder como premiê e deixaria a presidência nas mãos de
algum político que lhe seja leal.
Com o aumento em todo o
mundo nas cotações de vários
produtos agrícolas, a inflação
russa já superou a meta deste
ano -que era de 8%- e deve ficar próxima de 10%. No último
mês, os preços de itens como
óleo vegetal, manteiga e leite
subiram pelo menos 7%.
Com a decisão do governo, a
Rússia passa a integrar a lista
de países que decidiram controlar os preços de alimentos. A
China tomou a medida depois
que a sua taxa de inflação em
agosto foi a maior em 11 anos. O
México anunciou que não reajustará o preço de combustíveis
e eletricidade até o fim do ano.
Na Argentina, consumidores
deixaram fazer um boicote ao
tomate, símbolo da alta dos alimentos no país. Na Itália, o boicote foi contra o macarrão.
Com o "Financial Times"
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