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Após vitória no TCU, governo já estuda privatizar mais rodovias
Novos trechos somam 15.000 km, e análise deve sair no 1º semestre de 2007
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de conseguir a liberação do TCU (Tribunal de Contas da União) para privatizar
(conceder à iniciativa privada
por meio de cobrança de pedágio) sete trechos de rodovias federais, o governo já prepara estudos para uma nova etapa do
processo de privatização. Os
trechos já aprovados pelo TCU
somam 2.600 quilômetros, incluem as rodovias Fernão Dias
(SP-Belo Horizonte) e Régis
Bittencourt (SP-Curitiba) e devem ser leiloados até março.
Os novos estudos do governo
incluem trechos que somam
entre 12 mil e 15 mil quilômetros. Parte desses trechos será
administrada pela iniciativa
privada por meio de concessão
e parte será por meio de PPP
(Parceria Público-Privada).
Entre os trechos que poderiam
ser concedidos para cobrança
de pedágio, está a Rio-Santos
(BR-101). Para PPP, poderiam
ficar trechos de rodovias na região Nordeste, onde a cobrança
de pedágio poderia vir a ser
mais problemática. Os estudos
devem ficar prontos no ano que
vem, provavelmente ainda no
primeiro semestre.
O diretor-geral da ANTT
(Agência Nacional de Transportes Terrestres), José Alexandre Resende, explicou que é
obrigação da agência reguladora fazer estudos para concessão
de rodovias. Já a decisão política de fazer ou não a privatização ou PPP é do governo federal. Resende avalia que, se for o
caso de fazer as concessões, o
processo acontecerá por etapas
e levará aproximadamente dois
anos para ser concluído, com
cerca de dois leilões por ano.
Gargalos
A recuperação das estradas
federais tem ocupado espaço
na agenda do governo, que tenta se articular para resolver gargalos de infra-estrutura que
possam comprometer o desenvolvimento do país. Do total de
57.933 quilômetros de rodovias
federais, já foram entregues à
iniciativa privada 4.484 km (incluindo concessões delegadas a
Estados), devem ser entregues
2.600 km até março e os 15.000
km anunciados ontem.
Isso significa que o Estado
não terá como contar com a
participação de investimentos
privados para recuperar e manter 35.848 km, ou 61,9% do total da malha federal. Na avaliação de Resende, para esses trechos de rodovias, especialmente os localizados nas regiões
Norte e Nordeste), não é possível fazer nem PPP.
Tapa-buracos
O ministro Paulo Sérgio de
Oliveira Passos (Transportes)
rebateu críticas do TCU ao programa tapa-buracos. O ministro Augusto Nardes, do TCU,
disse que a operação era "superficial" e que o governo tinha
"jogado dinheiro fora". Passos
disse que o objetivo do governo
era só permitir o tráfego nas estradas e que depois seriam feitas obras de recuperação.
Colaboraram LEANDRA PERES, da Sucursal de Brasília, e PATRÍCIA ZIMMERMANN, da Folha Online.
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