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DÍVIDA PÚBLICA
Apesar de IOF, investimento externo em títulos é recorde
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O investimento estrangeiro em títulos públicos bateu
novo recorde em outubro,
mês em que o governo passou a cobrar 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nessas aplicações.
Segundo o Tesouro Nacional, os não residentes já são
donos de 7,68% dos papéis da
dívida negociados no país.
Em outubro, com queda
pelo segundo mês consecutivo, a dívida em títulos públicos somou R$ 1,47 trilhão.
O valor da aplicação feita
por estrangeiros ultrapassou
pela primeira vez os R$ 100
bilhões. Esses títulos são os
mesmos que as pessoas físicas residentes no país podem
comprar por meio do Tesouro Direto. Nesse caso, no entanto, o estoque das aplicações alcança hoje apenas R$
3 bilhões. Os estrangeiros
possuem ainda R$ 100 bilhões em papéis brasileiros
negociados no exterior.
Para Fernando Garrido,
responsável pela área de
operações da dívida, ainda é
cedo para medir o impacto
do IOF a partir dos dados de
outubro. Ele não crê, no entanto, que o imposto vá barrar o apetite dos estrangeiros
pelos papéis, já que esses
aplicadores procuram títulos
com prazos mais longos.
A queda na dívida em títulos no mês passado se deve,
principalmente, ao vencimento de papéis prefixados,
o que sempre ocorre no início de cada trimestre.
Outro fator é a volatilidade
no mercado de títulos, o que
leva o governo a frear a emissão de dívida. Desde setembro, a expectativa de uma Selic mais alta em 2010 faz com
que os investidores exijam
juros mais altos para comprar os papéis, especialmente nos títulos de longo prazo.
Nesses momentos, o Tesouro diminui a emissão de
títulos e vende os papéis que
vencem em até dois anos.
A queda na Selic e a desvalorização do dólar ainda ajudaram a reduzir para 10,4%
ao ano o valor que o governo
paga para remunerar os títulos. No final de 2008, estava
em quase 16%.
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